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Diana Gabanyi

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CEO da The School of Life
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Como tomar decisões melhores?

Negligenciar aspectos do corpo, como cansaço ou fome, pode ser um grande erro para tomar boas decisões. Entenda como ponderar com tranquilidade

Por Diana Gabanyi, colunista de VOCÊ RH
19 jul 2021, 07h00
Imagem mostra uma mulher branca de cabelos curtos e óculos segurando um lápis de maneira pensativa.
 (Pexels / Andrea Piacquadio/Divulgação)
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Quem já tomou uma decisão impetuosa e logo se arrependeu? Eu posso ser uma das primeiras a levantar a mão. Posso descrever detalhadamente decisões que tomei de supetão, na hora errada… Ao acordar no dia seguinte, algumas vezes, era tomada pela certeza de que o melhor seria tentar mudar o que eu havia decidido. Em alguns momentos, essa lucidez nem esperava o dia seguinte para chegar. Bastava uma pausa de descanso ou uma refeição tranquila para que ela se apresentasse.

As influências do nosso corpo

A verdade é que somos muito influenciados pelo nosso corpo. O nosso cérebro, em especial, é muito ruim em entender por que temos certos tipos de pensamento. Ele não consegue perceber o papel que níveis de sono, açúcar, hormônios, cafeína, nicotina e outros fatores influenciam na formação das nossas ideias. Sem falar em outro agente poderoso no combate às boas ideias: o cansaço, que deturpa o nosso pensamento de maneira silenciosa e invisível.

Alguns anos atrás, depois de voltar de uma longa viagem com um dos líderes de curso da The School of Life de Londres, que estava no Brasil, recebemos uma proposta corporativa que precisaria ser bem elaborada. Cansados e com fome, tanto eu quanto ele, tivemos um primeiro impulso de negar a oferta de colaboração. Mas, sentados no restaurante, enquanto esperávamos a comida chegar, o inglês sugeriu: “vamos almoçar e depois conversamos”.

Almoçamos, tomamos um café e colocamos no papel os prós e contras da participação na colaboração. Decidimos esperar até o próximo dia para nos posicionarmos. Na manhã seguinte, quando acordei, tudo estava mais claro e a proposta nem parecia tão trabalhosa assim. Descansados, aceitamos o desafio.

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O projeto se tornou referência em todas as unidades da The School of Life que temos pelo mundo. Desde então, mesmo antes de eu ter acesso a algum embasamento científico sobre os acertos do passo a passo para a tomada dessa decisão, passei a pelo menos dormir antes de tomar uma decisão importante ou impetuosa.

Recentemente, estudando mais profundamente o processo de tomada de decisões, deparei com um estudo da Universidade Ben Gurion de Israel, de 2018, que analisou as sentenças dos juízes no fim da manhã e logo depois do almoço. Foram analisados 1.112 casos. A conclusão foi que, enquanto estavam alimentados, no começo de cada sessão, os juízes decidiam 65% das vezes a favor dos réus. Mas conforme o tempo passava, com a fome e o cansaço, as sentenças negativas começavam a dominar. Perto da hora do almoço e também no fim do dia, a chance de um resultado favorável em um julgamento era zero. O estudo credita as variações de julgamento ao consumo de glicose e carboidrato que fornecem grande quantidade de energia e estão ligados à melhora do humor.

O poder do autoconhecimento

Conclusões como esta vão muito ao encontro dos pensamentos de Friedrich Nietzsche, um dos pensadores mais céticos da história. Certa vez, ele afirmou que “quando estamos cansados, somos atacados por ideias que vencemos há muito tempo”. Por isso é tão útil se conhecer a ponto – também – de entender, dentro do seu dia, o momento em que você sente mais calma e tranquilidade para tomar decisões.

Todos somos muito mais influenciados por nosso corpo físico do que imaginamos – sujeitos a fome e exaustão, entre outros fatores que podem interferir no nosso estado de espírito. Devemos ter mais cuidado para perceber quando isso afeta a nós e às pessoas ao nosso redor.

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Hoje em dia, ciente do que me afeta e me transforma radicalmente, eu me certifico de deixar decisões e reuniões importantes para o início da manhã ou depois do almoço. São momentos em que me sinto mais renovada e com mais clareza de pensamento.

Assinatura Diana Gabanyi
(VOCÊ RH/Divulgação)

 

 

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