Profissionais em início de carreira: como ajudá-los com a ansiedade
Confira cinco boas práticas que a organização pode ter para contribuir com o bem-estar emocional dos novos colaboradores.
ouco mais de 26% dos brasileiros com idade superior a 18 anos têm diagnóstico médico para ansiedade, com relevante incidência no grupo que ocupa a faixa etária até 24 anos de idade. Os dados são de um estudo articulado e financiado pela Umane, que, no primeiro trimestre de 2023, ouviu 9 mil pessoas de todas as regiões do Brasil.
A transição da universidade para o mundo corporativo é uma das passagens mais desafiadoras que uma pessoa faz ao longo da vida, com pressões que envolvem dilemas e inseguranças sobre os novos empregos, as futuras carreiras e as perspectivas de vida. E, embora a organização nem sempre possa blindar os profissionais desses gatilhos, é possível lançar mão de recursos antiansiedade, entre os quais destaco cinco boas práticas:
- Criar um ambiente que valoriza quem arrisca de maneira responsável e calculada, sem punir quem falha.
- Estimular o autoconhecimento dos membros da equipe por meio de conteúdos, workshops e experiências práticas para que essas pessoas possam ter um repertório emocional mais útil e eficiente.
- Capacitar os gestores para oferecer apoio aos liderados por meio de disponibilidade, da escuta ativa, da presença e da valorização do outro.
- Estimular a comunicação, a colaboração e o relacionamento interpessoal, seja em ambiente presencial ou remoto, porém destacando a importância dos encontros presenciais, ainda que eles sejam esporádicos.
- Elaborar um plano de reconhecimento que valoriza profissionais que entregam à empresa mais do que o seu tempo: também a sua dedicação, o seu empenho e a sua lealdade.
O que tenho comprovado à frente da área de workshops corporativos da The School of Life Brasil e no contato com líderes e liderados é que há uma série de habilidades comportamentais críticas que faltam aos profissionais em início de carreira e que tendem a comprometer seu desenvolvimento na empresa e na construção da própria trajetória.
Desenvolver e/ ou aprimorar essas habilidades, que não costumam fazer parte dos currículos das instituições de ensino, tende a tornar mais suave o período de transição do jovem da universidade para o mundo corporativo. A boa notícia é que tenho visto empresas cada vez mais engajadas em contribuir para o desenvolvimento das habilidades emocionais desses jovens, logo que ingressam no mercado de trabalho.
Como já ouvi de psicólogos da The School of Life, a ansiedade, no caso, nem sempre é uma patologia da qual precisamos ser curados. Ela pode ser uma resposta inteiramente natural e razoável a um mundo inundado de perigos e ameaças. Isso não significa que estamos condenados a sofrer, mas sim que o remédio pode ser muito diferente do que imaginamos inicialmente. É possível, por exemplo, nos empenhar em não fazer com que constantemente as situações pareçam mais assustadoras nas nossas mentes do que são na realidade.
Em um mundo desordenado e incerto, é parte da nossa liberdade aprender a aceitar o que não podemos mudar e reconhecer onde podemos ter algum espaço de manobra para viver, trabalhar e nos relacionar melhor.