Inteligência artificial e diversidade: insights de Davos sobre o futuro da liderança
Entre as tendências estão adotar a tecnologia de forma responsável, abordar questões sociais e priorizar o desenvolvimento contínuo. Entenda.
O papel dos líderes está evoluindo. É hora de enfrentar os desafios e as oportunidades que aparecem com as novas tecnologias e mudanças no mundo do trabalho. Este cenário foi discutido em janeiro na 54ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. No evento, surgiram insights valiosos sobre o futuro das lideranças.
Um dos temas centrais foi o advento da inteligência artificial (IA) generativa e suas implicações para as empresas e seus colaboradores em termos de produtividade. Existe um enorme entusiasmo entre as lideranças sobre o potencial da GenAI para remodelar os caminhos de carreira; incentivar aprendizagem e desenvolvimento; e promover a criatividade no local de trabalho.
À medida que essa tecnologia se integra às organizações, os talentos terão de aprimorar suas habilidades para alcançar novos patamares em suas companhias. Com ferramentas de IA à mão, é como se cada profissional tivesse um copiloto para executar suas tarefas mais rapidamente – pesquisas da McKinsey indicam um ganho de produtividade de até 40%.
A IA também está provocando mudanças nos processos seletivos. Agora, o importante é procurar, nos candidatos, habilidades como agilidade de aprendizado e curiosidade, em vez de qualificações tradicionais. A tendência é que as empresas passem a priorizar cada vez mais o potencial dos talentos, o que pode levar a equipes mais diversas e inovadoras.
Mas é fundamental usar essa tecnologia de maneira responsável. As empresas devem se comprometer com a transparência e educar os funcionários sobre os riscos associados ao uso de dados pessoais em sistemas de IA, por exemplo. Portanto, é necessário uma governança que garanta lisura, mitigue preconceitos e mantenha padrões éticos em relação à implementação da IA.
Outros debates – e a conclusão do Fórum
As discussões em Davos também giraram em torno da saúde das mulheres. Um novo relatório da McKinsey indicou que, ao longo da vida, as mulheres passam 25% mais tempo com problemas de saúde do que os homens. Esse dado provocou conversas sobre a atuação dos líderes na gestão das desigualdades de gênero, no acesso a cuidados médicos para mulheres e no apoio dado a elas no local de trabalho.
O denominador comum das discussões em Davos foi esta: a importância de priorizar o desenvolvimento de pessoas nas empresas. Investir nisso não é apenas essencial para a satisfação dos funcionários, mas também para o desempenho organizacional. À medida que as empresas navegam por um cenário cada vez mais complexo e incerto, o papel do diretor de RH será ainda mais fundamental para impulsionar iniciativas estratégicas que priorizem a qualificação e o bem-estar.
O fato é que o futuro da liderança reside em adotar a tecnologia de forma responsável; promover resiliência e confiança; abordar questões sociais; e priorizar o aprendizado e o desenvolvimento contínuos, tanto dos talentos como dos próprios líderes. São estes os caminhos para impulsionar a inovação e o sucesso.