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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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2020: por que esse é um ano para não esquecer

Um ano desafiador deixa grandes lições para 2021. Veja alguns ensinamentos que os últimos meses trouxeram e os setores em alta no ano que vem

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 18 dez 2020, 17h49 - Publicado em 18 dez 2020, 12h43
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  • O ano de 2020 certamente vai ficar para a história. Foi a primeira vez que a nossa geração enfrentou uma crise de pandemia de ordem global, desafio essencialmente humano, mas que afetou muito o mundo dos negócios e as carreiras de uma forma geral. Iniciamos o período com boas perspectivas. Em março a palavra covid-19 chegou com força, atraiu nossa atenção para Wuhan, gerou distanciamento social seguido de lockdown. Com isso, uma série de ações inimagináveis tomaram conta dos nossos dias.

    Eu lembro que uma semana antes de decidirmos enviar todos os colaboradores do Grupo Talenses para o home office, eu estava em uma empresa gigante de bens de consumo. Na entrada, a organização tinha instalado medidores de temperatura e o grande telão que havia na recepção mostrava notícias da sede da empresa na Europa, onde todos já estavam trabalhando remotamente. Lembro que a equipe de RH que me recebeu para a reunião só falava nesse tema, especulavam como seria aqui. Na semana seguinte, já estávamos todos em casa.

    Movimentos que presenciei

    Para quem tem filhos, o cenário foi ainda mais desafiador com o fechamento das escolas e a adaptação das crianças, dos pais e da rotina da casa às aulas virtuais. No dia a dia das empresas, havia grande incerteza sobre o que viria pela frente, do quanto tudo aquilo estaria afetando o futuro de cada organização e como garantir a produtividade da equipe, a gestão eficiente e a constância dos resultados remotamente.

    Na Talenses, o impacto nos negócios foi imediato. Na mesma semana que entramos em home office, cerca de 40% das vagas que estávamos trabalhando foram congeladas. Muitas empresas recorriam a nós, headhunters, em busca de informações do que outras companhias estavam fazendo. Acompanhei diversos grupos de RH serem criados sob o tema covid-19. Em todos, os questionamentos seguiam a mesma linha: desde quais medidas a empresa poderia adotar para proteger seus funcionários, passando por discussões sobre anúncios do Governo e chegando a boas práticas nos comunicados aos colaboradores. Isso sem falar nas inúmeras discussões sobre as mudanças que deveriam ocorrer no dia a dia das empresas para manter a operação em funcionamento.

    Passados alguns meses, esses grupos foram invadidos por temas relacionados à liderança remota, sanidade mental dos líderes, medição de produtividade e ações de motivação, empatia e engajamento. A correria também foi grande para entender quais tecnologias eram mais adequadas para o negócio e o momento, como contratar e demitir remotamente, formas de estruturar o processo onboarding de forma remota, como fazer exames demissionais e admissionais à distância – tendo em vista que muitas clínicas fecharam… E por aí vai…

    Nas nossas vidas, uma mistura de receio do desconhecido, notícias de pessoas próximas que adoeceram e de óbitos, juntamente com notícias alarmantes, brigas políticas, polarização da população, casos de demissões e suspensão de contratos de trabalho, reduções de jornadas e salários. Muitos profissionais lidaram ainda com a tensão de demonstrar engajamento e resultados, enquanto líderes também estavam se adaptando ao novo normal. Enfim, reviravoltas de todos os tipos. Quantos casamentos e aniversários foram cancelados? A vida seguiu e aprendemos que as comemorações podem ser mais simples e, ainda assim, especiais.

    Os setores mais e menos impactados

    Nesse turbilhão de acontecimentos, o setor de Tecnologia que já vinha aquecido se mostrou ainda mais relevante. O setor de saúde, por sua vez, ficou dividido entre empresas que sentiram demais a crise por estarem mais associadas a cirurgias eletivas e outras que se beneficiaram do momento por terem um papel mais ativo na pandemia. Alguns setores seguiram normalmente. Alguns, com aumentos expressivos no volume de negócios, como agronegócios, logística, alimentos, home care (cuidados com a casa), personal care (cuidados pessoais) e algumas empresas do setor de bens de consumo. Já as empresas de turismo, hotelaria, aviação e do setor automotivo foram duramente impactadas.

    Algumas reflexões que podemos levar para a vida

    Quem me conhece sabe que, sem deixar de ser realista, eu sempre acho importante olharmos para a metade cheia do copo. Penso que, assim, a vida fica mais leve e temos mais ânimo para ir em busca do que queremos mesmo em períodos mais desafiadores. Dito isso, gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões pessoais:

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    Nesses últimos dias do ano, acho interessante refletirmos sobre quais aprendizados da pandemia levaremos para as nossas vidas. O que queremos para a nossa vida em 2021? Certamente, estaremos preparados para qualquer cenário que está por vir, já que 2020 foi um período de fortalecimento.

    O que esperar de 2021

    Acredito que 2021 será um ano de retomadas lentas e tímidas, porém graduais. A economia deve voltar a crescer aos poucos, os salários continuarão estáveis, as empresas devem seguir modelos mais otimizados, o expediente tende a não voltar a ser 100% presencial para funções administrativas. As barreiras geográficas devem diminuir, os efeitos de migração das pessoas dos grandes centros para locais que ofereçam maior qualidade de vida devem continuar. A vida seguirá. Como diria Carlos Drummond de Andrade: “Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra…” Estamos passando pelas pedras, certamente mais fortalecidos.

    Desejo a você e à sua família um excelente período de festas com muitas reflexões positivas e saúde!

    Foto de Isis Borge
    (Divulgação/VOCÊ S/A)
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