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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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5 dicas para conciliar carreira e filhos pequenos

É possível conciliar a carreira com a tarefa de cuidar de uma ou mais crianças, mas organização e apoio são necessários

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
22 Maio 2023, 10h43
Uma mãe está sentada, de pernas cruzadas e mãos juntas, em posição de meditação, entre seus dois filhos pequenos, que estão na mesma posição. Eles vestem branco e sorriem
 (Pexels/Artem Podrez/Divulgação)
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ecentemente, escrevi um texto sobre três bons motivos para contratar mães. No texto, comentei que tenho três filhos relativamente pequenos ainda (2, 4 e 8 anos de idade). E, após a publicação, recebi dezenas de mensagens pedindo para que eu compartilhasse dicas sobre como conciliar a carreira e a maternidade. Foi isso que motivou o tema do artigo dessa semana. Aliás, fiquem sempre muito à vontade para enviar sugestões de assuntos para refletirmos.

Reconheço que não é fácil conciliar carreira e maternidade. Tem dias que tudo acontece como o previsto, mas há momentos em que não damos conta de algo e está tudo bem. Porém, a rotina de quem é responsável pelo cuidado com uma criança tende a ser mais produtiva quando a pessoa conta com cinco fatores:

Rede de Apoio

A primeira dica que dou para qualquer pessoa que pense em ter filhos é, se possível antes da chegada da criança, estruturar uma rede de apoio. Desse grupo, pode fazer parte uma escola que tenha a opção período integral, uma pessoa contratada para atuar como babá, amigos ou familiares.

No meu caso, eu optei por ter uma profissional dedicada ao cuidado com as crianças. Também me planejei para que meus filhos só iniciassem a vida escolar após os dois anos de idade, assim poupei elas daquele período mais suscetível a contrair doenças comuns da exposição a um novo ambiente. Além disso acredito que tenho a sorte de contar com um marido parceiro e participativo, que apesar de uma rotina profissional bem atribulada sempre que consegue divide as tarefas comigo no dia a dia.

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Hoje, meus dois filhos maiores estudam de manhã, almoçam em casa e fazem atividades extras no período da tarde. O menor permanece o dia inteiro em casa. Para mim, tem funcionado bem. Mas o custo-benefício desse tipo de escolha deve ser avaliado individualmente por cada família. É uma decisão totalmente particular.

Organização e gestão do tempo

A segunda recomendação importante é melhorar ao máximo a organização da agenda e a gestão de tempo. Um exemplo muito legal sobre esse tópico está no filme “À procura da Felicidade”, em que Chris Gardner, personagem interpretado pelo ator Will Smith, busca técnicas para concluir as suas atividades diárias três horas antes, na comparação com seus colegas de trabalho, para poder buscar seu filho na escola. Ele não apenas conseguia cumprir o seu compromisso com a criança como também teve um desempenho de destaque no trabalho devido ao foco. É um filme bastante inspirador, exceto pelas técnicas de não beber água adequadamente para não precisar ir ao banheiro e, assim, economizar tempo. Isso porque acredito que a saúde e a qualidade de vida também formam um bom profissional.

É preciso ter uma organização muito clara das tarefas que precisam ser executadas e entregues no médio, curto e longo prazo, considerando o dia, a semana e o mês. Vale destacar que é graças ao foco de alguns profissionais que empresas européias estão conseguindo provar ser possível trabalhar quatro dias na semana em vez de cinco, com aumento de produtividade. A prática já está em teste em algumas companhias do Brasil.

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Inclusão de todas as atividades na agenda

Outro hábito que funciona bem para mim é colocar na agenda tudo o que precisa ser realizado no dia. Aqui, falo tanto de atividades profissionais quanto das pessoais, como reunião na escola dos filhos, idas ao pediatra, compra de um presente para o aniversário de um colega da criança. Essa reserva de período deve considerar, inclusive, o período necessário para deslocamento, quando for o caso. Eu, sempre que posso, acompanho meus filhos em atividades esportivas que eles praticam. Nesses momentos, levo meu notebook, roteio da internet do celular e trabalho enquanto observo eles em aula. Entendo que cada pai e mãe tem uma realidade no trabalho. Mas acredito que essa mudança de ambiente faz bem para a mente. Eu chego a me sentir até mais produtiva.

Se você não colocar na agenda compromissos pessoais e profissionais importantes, corre o risco de esquecer e, pior, ocupar o horário com algo que nem é tão relevante para a sua rotina. Eu, particularmente, faço questão absoluta de acompanhar o que acontece na escola dos meus filhos e de ir com eles às consultas médicas.

Empregador que oferece flexibilidade de horários

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Desde que estejamos falando de profissionais responsáveis, eu acredito no trabalho assíncrono e na flexibilidade de horários. Entendo que cada um tem um relógio biológico e rende melhor em um determinado período do dia. Acredito muito em companhias que tenham uma flexibilidade no horário de entrada e de saída, viabilizando, por exemplo, que as pessoas levem e busquem os filhos na escola. Acredito nessa dinâmica de, quando possível, priorizar o cuidado com a criança sem prejudicar as entregas no trabalho. Depois da experiência na pandemia, muitas companhias adotaram flexibilidades desse tipo. Muitas, inclusive, migraram para o trabalho híbrido justamente para permitir que os colaboradores conciliem melhor as atividades pessoais e profissionais.

Transparência e comprometimento nas ações

Eu sempre estimulo as pessoas que estão ao meu redor a dizerem de maneira clara e objetiva se podem ou não participar de determinado compromisso profissional, considerando atividades pessoais que são importantes para elas. Isso nem sempre quer dizer uma recusa. Pode significar apenas uma renegociação de dia e horário. Eu, por exemplo, faço questão absoluta de levar meus filhos para a escola todas as manhãs. Ou seja, só incluo na minha agenda compromissos profissionais que não me privem desse compromisso diário. Quando é necessário, até me disponibilizo a participar de uma reunião virtual antes desse compromisso. Essa transparência só funciona, porém, quando há uma relação de confiança e boa comunicação entre líder e liderado. Também é preciso que o profissional tenha um histórico de bom comprometimento.

A minha agenda virtual é aberta. Nela estão todos os meus compromissos pessoais e profissionais. Não tenho nenhuma vergonha ou receio de expor essas atividades para a minha liderança ou para o meu time. Em contrapartida, estou sempre à disposição para atender urgências e emergências da empresa. Também cumpro os prazos que prometo, mesmo que isso signifique trabalhar em períodos alternativos.

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Considero que sou uma pessoa e profissional melhor por poder conciliar a vida pessoal e profissional.

Entendo e respeito a decisão de mulheres que resolvem se afastar da vida profissional para se dedicar exclusivamente à maternidade. Também tenho visto exemplos reais daquelas que, após a pausa na carreira seguida de bom planejamento e boa orientação, decidem retornar ao mercado de trabalho. A jornada de conciliar o trabalho com os cuidados de um filho está longe de ser fácil, mas é possível. E as empresas só têm a ganhar ao se abrir para todo e qualquer bom profissional.

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