Todos os candidatos que entrevisto afirmam que gostariam de ter um propósito maior no trabalho – e muitos se dizem frustrados com algum aspecto da atual companhia.
Uma área interessante para se desenvolver uma carreira significativa é o terceiro setor, composto por organizações que atuam em prol do bem-estar social, da cultura ou do meio ambiente. Mas essa não costuma ser a primeira opção de jovens em início de carreira nem de executivos que avaliam uma transição.
Eu tenho conversado com executivos à frente de ONGs e sei que há muitas vagas em aberto. E elas podem ser uma boa oportunidade para quem busca fazer a diferença. Conheço pessoas que trabalham ajudando jovens a conseguir bolsas de estudos ou distribuindo medicamentos, por exemplo, e relatam uma sensação inédita de realização.
Vamos, então, às vantagens (e possíveis desvantagens) de se atuar na área.
Vantagens de atuar no terceiro setor
1. Fazer um trabalho com impacto social
Trabalhar em organizações sem fins lucrativos permite que você contribua diretamente para a resolução de problemas sociais e ambientais. É uma oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas e na sociedade como um todo.
2. Obter realização pessoal
Muitos profissionais do terceiro setor relatam sentir mais propósito e realização em comparação aos empregos anteriores. Saber que suas atividades diárias estão ajudando a melhorar a vida de outras pessoas pode ser bastante recompensador.
3. Diversidade de funções
O terceiro setor oferece funções e cargos em diversas áreas, como advocacia, supply chain, gerenciamento de projetos, arrecadação de fundos, finanças, pesquisa e desenvolvimento de políticas. Isso permite que muitos profissionais encontrem um nicho adequado às suas habilidades.
4. Oportunidade de networking
Trabalhar em organizações sem fins lucrativos geralmente envolve colaborações com outros setores. Isso oferece oportunidades únicas de networking e aprendizado.
Pontos de atenção para quem deseja ingressar no setor
1. Recursos limitados
O terceiro setor geralmente opera com recursos limitados, o que pode gerar pacotes salariais pouco atrativos. Em muitos casos, o salário fixo de um cargo é equivalente ao encontrado no setor privado, mas a remuneração variável não acompanha a tendência. Bonificações são raras, e os benefícios oferecidos nem sempre são iguais.
2. Pressão e responsabilidade
À medida que as organizações do terceiro setor buscam maximizar seu impacto, os profissionais podem enfrentar uma pressão significativa para atingir metas e prestar contas a doadores e apoiadores. Muitas vezes, isso pode gerar uma sobrecarga nos funcionários.
3. Falta de estabilidade
Organizações menores geralmente têm fontes de financiamento incertas, o que pode comprometer a estabilidade do emprego. Por isso, é importante avaliar com cautela o histórico da entidade escolhida.
4. Possível desequilíbrio entre vida pessoal e profissional
Como em muitas áreas profissionais dedicadas ao bem-estar social, a paixão pelo trabalho pode levar o profissional a um desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Então, vale avaliar como é a rotina da organização, a carga de trabalho e a dedicação esperada pela liderança antes de embarcar no terceiro setor.
Ele oferece oportunidades de carreira valiosas para quem deseja fazer a diferença na sociedade. Apesar das possíveis desvantagens, a realização pessoal pode compensar, dependendo do perfil do profissional. Então, se você estiver em busca de uma recolocação no mercado, que tal avaliar essa possibilidade?