tualmente, temos um cenário com muitas empresas contratando. Mas, em sua maioria, o recrutamento não é para posições novas, e sim para substituições. Na conversa com líderes, percebo um discurso muito parecido com relação às razões dos tais desligamentos, e compartilho alguns motivos aqui para que todos possamos ter a oportunidade de sermos profissionais melhores:
1. Preservação do caixa
Existem empresas desligando funcionários por uma conjuntura do mercado, que são os casos, por exemplo, de muitas startups e empresas de uma forma geral que estão com incertezas com relação aos rumos do setor de atuação e precisam preservar o caixa. Em alguns casos, a organização chega a estar em situações bem críticas, como uma recuperação judicial.
2. Baixa performance do colaborador
Existem situações de desligamentos com base em performance. É quando o desempenho de determinada área está abaixo do esperado e a alta liderança da empresa enxerga que o tal líder não possui habilidades técnicas ou comportamentais para conseguir reverter o cenário no curto prazo. Esse desalinhamento, em geral, acontece devido a falhas de comunicação ou à dificuldade de escuta do gestor que será substituído. Aqui eu citei o líder, mas essa avaliação pode estar relacionada a profissionais de todos os níveis hierárquicos.
3. Profissional com habilidades comportamentais inadequadas
É muito comum ver profissionais com boas qualificações técnicas e certificações serem demitidos em razão do comportamento. Dentro desse cenário, as falhas mais comuns são as seguintes:
- Uso indevido do horário do expediente, como é o caso de algumas pessoas que passam muito tempo nas redes sociais ou resolvendo questões pessoais por WhatsApp ou telefone;
- Falar mal da empresa, de gestores ou de colaboradores dentro do próprio ambiente de trabalho, em alguns casos, criando intrigas ou competitividades nada saudáveis;
- Não demonstrar vontade ou iniciativa com relação à própria atualização e evolução, seja com relação a conhecimento, a processos ou ao próprio comportamento;
- Postura arrogante, manipuladora ou pouco empática no contato com pares, líderes, clientes, fornecedores ou parceiros de negócio;
- Se comunicar de forma confusa ou prolixa, principalmente com relação a questões importantes;
- Postura pessimista, negativa ou resistente diante das metas estabelecidas ou de feedbacks recebidos;
- Frequência de faltas, atrasos ou ausências sem aviso prévio, inclusive no formato híbrido ou remoto;
- Desrespeito com membros do time, incluindo casos de assédio moral e/ou sexual;
- Falta de ética, mentiras ou até mesmo roubo de diferentes recursos da empresa;
- Não cumprir o que promete, em muitos casos, com atrasos nas entregas;
- Falta de foco e atenção, de maneira geral e com relação aos detalhes;
- Procrastinação ou mesmo preguiça para realizar as atividades;
- Violar informações estratégicas e confidenciais da empresa;
- Não socializar com as pessoas.
Esses são apenas alguns exemplos bastante comuns e que, muitas vezes, com uma autoanálise podem ser melhorados ou extintos. Mas é preciso estar aberto a querer melhorar, porque o esforço para mudar um aspecto comportamental nem sempre é simples. Requer bastante força de vontade e atenção diária a si mesmo.
É importante destacar que, quando a demissão é por um aspecto comportamental, nem todo gestor se sentirá à vontade para dizer com transparência os pontos que o levaram a decidir pelo desligamento do profissional em questão. Então, sugiro que, caso você passe por um desligamento, busque — com gentileza — não apenas questionar os motivos, como também fazer leituras nas entrelinhas do diálogo. Esse cuidado e trabalho a mais é o que pode te ajudar a não repetir erros e falhas, principalmente com relação ao comportamento, em novas oportunidades de trabalho que venham a surgir.
Então, meu convite é o seguinte: agora que você terminou de ler o texto, pare para fazer uma avaliação sincera para entender se você se enquadra em um ou mais dos pontos citados. Você se conhece realmente? Já fez um compilado de avaliações a seu respeito, terapia ou teste de personalidade? Quando nos conhecemos, temos mais chance de entender os gatilhos que impactam em reações e emoções negativas e aprender a mudar a forma como reagimos diante de determinadas situações, aumentando o autocontrole diante de contrariedades, por exemplo.
Com esse melhor entendimento do que vai no nosso interior, ficamos, de certa forma, até melhores em fazer leituras do ambiente externo e prever uma possível demissão, seja para aceitar melhor a situação ou reverter o cenário enquanto ainda há tempo. O que acha de começar essa autoavaliação agora?
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