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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Fui demitido. Quais os próximos passos?

Confira oito dicas para que a recolocação venha o mais rápido possível. E com tranquilidade.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
5 jul 2023, 16h07
A imagem é a ilustração de um homem vestindo terno preto e segurando uma maleta, de costas, indo embora. Ao seu lado há a ilustração de um documento com o título "resignation", que significa demissão em português
 (Pixabay/Mohamed_hassan/Divulgação)
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E

stamos em um momento no qual grandes companhias vêm reorganizando estruturas e eliminando posições em todos os níveis. Muitas têm trabalhado com a meta de redução do investimento em folha de pagamento entre 15% e 20%. Nesses movimentos, temos pessoas, inclusive bastante seniores, novamente disponíveis no mercado. O movimento teve início tempos atrás com os layoffs nas startups e agora segue para organizações mais tradicionais e de grande relevância.

Quais podem ser os seus próximos passos para essas pessoas que acabaram de ser demitidas? Confira abaixo minhas recomendações.

Entenda a demissão como uma oportunidade para reavaliar caminhos

Olhe para o momento como uma chance de repensar os caminhos e elaborar ou reestruturar seu plano de carreira. Abra-se, por exemplo, para a ideia de que não existem oportunidades de trabalho apenas no mundo corporativo tradicional. Há diversas histórias de sucesso de pessoas que migraram para o empreendedorismo e se deram bem. Vale pegar papel e caneta e listar todas as possibilidades de rumos antes de ingressar em uma nova jornada. Caso queira ampliar a reflexão, sugiro a leitura do livro A Estratégia do Oceano Azul, uma grande inspiração quando o assunto é a exploração de novas possibilidades de negócios.

Estruture a busca por oportunidades

Quando pensamos em uma recolocação, é importante mencionar que existe uma ciência por trás da busca por um novo emprego. São, basicamente, 10 passos para dar a volta por cima. Uma jornada que começa na aceitação da situação e passa pelo plano da busca, pela atualização do currículo e do LinkedIn, pela ativação do networking, pela reavaliação do plano de carreira, pelo autoconhecimento, pelo preparo para os processos, pela disponibilidade e pelo autocuidado. A ideia é ter uma estratégia para, só então, migrar para a ação. Agir de maneira aleatória tende a não gerar resultados sólidos ou adequados.

Analise o cenário do ponto de vista macro

Você pode começar essa avaliação com algumas perguntas-chave. Em quais posições você agrega valor e tem perfil competitivo para se candidatar? Quais segmentos fazem sentido para aceitar uma nova oportunidade? Com qual tipo de cultura e perfil de liderança você prefere trabalhar? Tem preferência por quais nacionalidades de companhia? Quais localizações geográficas e modelos de trabalho fazem sentido para você nesse momento? Com relação à localidade da companhia, vale considerar que o modelo de trabalho de várias organizações está mudando. Algumas companhias, por exemplo, estão retornando ao modelo 100% presencial. 

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Afunile o olhar para o micro da situação

Após essa definição macro, é importante passar a pensar nos nomes das organizações que fazem sentido dentro do seu plano de carreira. Ter uma lista de “empresas-alvo” ajuda na construção de uma estratégia mais certeira na busca por aproximação com as organizações em questão. Isso não quer dizer que você precisa se restringir à lista escolhida, mas ter essas marcas em mente vai te ajudar a ter um norte nas ações.

Deixe que as pessoas saibam da sua atual disponibilidade

Uma ação que, certamente, precisa estar no radar na jornada de recolocação é ativar o networking, avisando as pessoas que você está disponível para avaliar novas oportunidades de trabalho. É também por meio dessa lista de contatos que, muitas vezes, é possível chegar aos contatos das lideranças de empresas-alvo. Você pode, inclusive, utilizar o Linkedin para localizar possíveis contratantes e fazer contato com esses profissionais. Algumas pessoas têm receio ou até mesmo vergonha de dizer que estão desempregadas. No entanto, essa atitude pode gerar perda de oportunidades, considerando que boa parte das posições são preenchidas prioritariamente por indicações de atuais funcionários das empresas. Aqui vale um conselho: mantenha o contato com pessoas independentemente do seu momento de carreira.

Atualize o currículo e o LinkedIn

Revisar e atualizar o currículo e o perfil no Linkedin são ações imediatas e importantes na busca por recolocação. Lembrando que estes devem estar completos, mas ao mesmo tempo objetivos, passando com clareza a mensagem do que esse profissional poderia agregar para uma nova empresa. Pensar em criar conteúdos para o Linkedin sobre o tema de especialidade pode também ajudar na visibilidade daquela pessoa para a rede.

Estruture seus discursos

Prepare-se adequadamente para as possíveis conversas, tanto com pessoas de sua rede de contato quanto com possíveis empregadores. Não me refiro a construir discursos engessados, mas sim a ter em mente respostas para as perguntas mais frequentes em processos seletivos e ao preparo para as diferentes fases de um recrutamento. Saber falar da empresa em questão, do momento setorial e o posicionamento da companhia diante da concorrência é um diferencial, assim como ter informações-chave sobre a carreira e as realizações do CEO da organização, do entrevistador e dos principais executivos do negócio. Ter perguntas inteligentes para fazer ao final da entrevista ou nos momentos em que houver essa abertura também agrega bastante valor ao bate-papo. Saiba, aliás, que é grande a quantidade de pessoas que perdem oportunidades de trabalho por fazerem perguntas superficiais ou que não demonstram interesse genuíno pela oportunidade.

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Avalie com sinceridade as suas habilidades comportamentais

Hoje, as habilidades comportamentais estão ainda mais valorizadas, contando até mais que as capacitações técnicas. Na prática, a experiência, a formação e as especializações abrem as portas para que você se sente diante do contratante para conversar. Mas é o comportamento que faz com que esse contratante venha a te escolher. E como você consegue demonstrar as questões comportamentais? Ouvindo muito bem as perguntas para respondê-las adequadamente e sabendo relatar situações reais em que você precisou, por exemplo, colocar em prática algumas habilidades importantes para o mercado atual, como resiliência, criatividade, espírito de liderança, resolução de conflitos, saber defender e aprovar um projeto ou ideia perante a alta liderança da empresa. É, basicamente, preparar-se para uma entrevista por competências, algo que tem acontecido muito. Saber identificar os próprios pontos de melhoria e falar sobre eles é sinal de maturidade, humildade e autoconhecimento. Então não fuja de perguntas temidas, caso elas venham.

Enquanto a próxima entrevista de emprego não chega, aproveite o tempo livre para acumular conhecimento. Você pode fazer isso por meio da leitura de bons livros, assistindo TED Talks, revendo palestras de eventos como a SXSW 23, participando de cursos de desenvolvimento pessoal e profissional e ouvindo podcasts, entre tantas outras fontes de conhecimento.

Lembre-se de ter uma agenda estruturada com ações todos os dias em prol da sua recolocação. Será útil para a sua mente e para a busca por uma oportunidade se, no período de desemprego, você tiver um planejamento de atividades diárias para estar preparado quando chegar o esperado “sim, iremos te oferecer um emprego”. E estou na torcida para que ele chegue.

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