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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Mentoria: por que essa prática é tão importante?

A relação entre mentor e mentorado é rica para as duas partes. Descubra como se aproximar de um possível mentor e como conduzir o processo

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
25 set 2020, 08h44
conversando entrevista recrutamento
 (Christina @ wocintechchat.com/Unsplash)
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Em muitas organizações existem as mentorias formais com foco em quem acabou de ingressar na equipe. Nesse formato, os profissionais mais experientes têm a missão de direcionar o novato nas regras do dia a dia, orientar sobre quem procurar em cada situação. Mas nesse texto eu gostaria de falar de um outro formato de mentoria, aquele que nasce de uma forma um pouco mais natural, sem ser designada por um terceiro e que se baseia na mútua admiração entre mentor e mentorado.

Converso com muitos executivos C-levels que demonstram um verdadeiro desejo de compartilhar com outros profissionais o conhecimento que adquiriram ao longo da carreira. Muitos relatam que gostam de desenvolver pessoas e se sentem bem quando podem ajudar profissionais que estão em fases anteriores as que eles mesmos se encontram. Ao mesmo tempo alguns revelam que esse processo faz mais sentido quando se identificam com mentorado ou admiram alguma característica que ele tenha. Assim, fica mais fácil investir tempo nessa parceria. Outros ficam sem saber como oferecer ajuda a esses profissionais sem que a iniciativa ganhe tons de arrogância ou imposição.

Da mesma forma, vejo muitos profissionais dizendo que adorariam ter um mentor, mas não sabem por onde começar. A grande maioria nunca manifestou esse desejo por receios de diversos tipos. E é para esse grupo que escrevo esse artigo. Vou começar compartilhando alguns benefícios que um mentor pode trazer para a sua carreira:

  • Aumenta a chance de o mentorado de ter sucesso em sua jornada profissional.
  • Ter por perto alguém que olha a sua carreira do “lado de fora”, consegue enxergar peças do quebra-cabeça que, às vezes, você não enxerga e certamente trará boas ideias.
  • O mentor contribui com conhecimento ou indicação de fontes para melhorar as suas qualificações, seja através da indicação de livros, filmes, documentários ou cursos, por exemplo.
  • Ele pode acelerar a sua curva de aprendizado estimulando o seu crescimento profissional e, até mesmo, pessoal.
  • Mentores fornecem feedbacks francos e construtivos para ajudar o mentorado a evoluir.
  • Eles encorajam os mentorados a seguir adiante, torcem pelo seu sucesso e guiam pelos melhores caminhos.
  • Geralmente, o mentor consegue se posicionar como um facilitador, por meio de seu próprio network, para colocar o mentorado em contato com as pessoas certas, de acordo com um objetivo específico e no momento mais adequado.

Veja abaixo algumas ideias de como escolher o seu mentor.

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1. Cerque-se de pessoas interessantes

Buscar estar sempre em contato com pessoas, dando a devida importância ao networking, é fundamental para identificar um possível mentor. Já escrevi um artigo sobre esse tema (clique aqui para acessar).

2. Faça uma avaliação ampla

Nem sempre um mentor vai ser um profissional completo, com habilidades admiráveis para todos os aspectos da carreira e da vida que você deseja desenvolver. Então, você pode ter mentores diferentes, de acordo com as suas necessidades e o ponto forte do perfil de cada um. Por exemplo, você pode pedir ajuda para alguém que admira pela comunicação e outro que se destaca pela gestão de pessoas. Apenas tenha critério na escolha para não perder o foco.

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3. Estabeleça prioridades

Antes de fazer o convite ao mentor, defina focos e prioridades. Pense também nos seus objetivos de vida e de carreira. Ter clareza de onde você quer chegar pode ajudar para que a relação nesse processo de mentoria seja ainda mais eficaz. É mais fácil guiar alguém que sabe onde quer chegar, ainda que essa pessoa não saiba qual caminho percorrer.

4. Busque referências no seu histórico de relacionamentos

Faça uma avaliação das pessoas com as quais você já teve contato na vida e carreira. Quais foram as que mais te marcaram? Com as quais você mais aprendeu? Quem são as pessoas que te inspiram? Quais são referência para algum tópico específico ou de uma forma geral? Vale lembrar que essas pessoas não precisam estar no seu ambiente profissional. Podem ser amigos, contato de outras pessoas, alguém que estudou ou trabalhou com você. Pense de maneira ampla.

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5. Não tenha vergonha de se aproximar

Com essa lista em mãos, reative o contato com essas pessoas pelo networking. Por exemplo, você pode marcar um café virtual para retomar o contato e entender o momento de vida dessa pessoa. Procure não abordar o tema “mentoria” de imediato, principalmente se o contato for alguém com quem você não conversa há algum tempo. Em alguns casos, pode acontecer de você descobrir que não admira mais a pessoa como imaginava.

6. Com sutileza, faça o convite

Quando definir a pessoa mais adequada, pense em como iniciar a conversa de uma forma sutil. Explique que você está em busca de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Então, conte que está cogitando ter um mentor e faça o convite. Explique por quais motivos tomou a decisão e, claro, deixe a pessoa muito à vontade para recusar a proposta.

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7. Planeje os próximos passos

Se o convite for aceito, elabore um planejamento junto com o seu mentor, de uma forma que a quantidade de encontros não fique desgastante para nenhuma das partes. Um encontro a cada dois ou três meses pode ser o suficiente para você ter tempo para absorver, refletir e colocar em prática as orientações que forem passadas durante a sessão de mentoria.

 

Eu acredito muito nesse modelo de mentoria que nasce da admiração e não de alguma relação comercial. Sou a favor quando alguém me diz que vai contratar um coach para um objetivo específico, pois acho que toda e qualquer ajuda em busca de desenvolvimento é bem-vinda. Mas quando me refiro a um mentor, não enxergo aqui a figura do coach.

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O coach é a pessoa que saberá fazer as perguntas certas para que a própria pessoa busque as respostas em seu interior. Já quando penso em um mentor, me vem à mente alguém que de fato vai guiar o profissional e contribuir o desenvolvimento dele, sem se limitar a fazer questionamentos. Por isso, o mentor precisa ser alguém que você admire e se inspire a seguir os passos e os conselhos que ele sugerir.

Recomendação aos mentores

Um alerta importante para alguém que se disponha a ser um mentor: se você aceitou o convite, tenha isso como prioridade na agenda. É claro que os encontros devem respeitar a sua disponibilidade. Mas, considerando que o bate-papo está agendado, procure não desmarcar e prepare-se para a conversa. Vá para os encontros sempre com boas ideias que possam fazer a diferença na vida do mentorado. O interesse de desenvolver o outro precisa ser genuíno. Caso contrário, o mentor pode frustrar o mentorado e perder a credibilidade.

Para quem precisa de orientação, faz toda a diferença ter com quem contar em um momento de indecisão ou dúvida sobre algum acontecimento da vida, da carreira ou do dia a dia. É comum, inclusive, ouvir presidentes de empresas relatando histórias de mentores que os guiaram e os ajudam até hoje. Aqui, vale ressaltar que o mentor é uma figura muito importante na carreira dos CEOs, tendo em vista que essa é uma das posições mais solitárias que existe.

A mentoria tem o poder de fazer com que a jornada de carreira seja mais leve e produtiva. Eu garanto que é um bom investimento de tempo e te convido para uma reflexão: “Que tal começar a busca pelo seu mentor?”. Pense a respeito.

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Mentoria: por que essa prática é tão importante?
(Divulgação/VOCÊ S/A)
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