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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Oito pontos que um headhunter avalia na entrevista de emprego

O candidato não pode demonstrar desconhecimento sobre a empresa, falta de um interesse genuíno na vaga nem despreparo para a entrevista.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
21 fev 2024, 18h11
Imagem de uma lente de aumento sobrepondo uma cadeira azul.
 (Andrii Sedykh/Getty Images/Reprodução)
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Conseguir um assento diante de um recrutador para uma entrevista de emprego é um dos pontos altos da jornada de quem busca recolocação ou movimentação na carreira. E, considerando essa etapa do processo, uma dúvida frequente que chega até mim é “o que, de fato, o recrutador observa durante o bate-papo?”.

Saber essa resposta pode ser um fator decisivo para conseguir ou não a oportunidade de emprego. Então, listo a seguir oito pontos que eu, como headhunter, em geral, avalio quando estou na conversa com um candidato.

1. Habilidades técnicas

A primeira avaliação, certamente, tem relação com tentar decifrar se a pessoa entrevistada está tecnicamente capacitada para realizar as atividades da vaga. O grau dessa análise vai depender do quanto a empresa está disposta ou não a dar mais valor para os aspectos comportamentais, caso o candidato tenha potencial, mas ainda precise de alguma experiência ou de algum desenvolvimento técnico.

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Em geral, o que tenho visto é que, quando se trata de preencher a vaga com alguém do mercado, as empresas valorizam muito as habilidades técnicas. O argumento, nesses casos, é que todos estão sobrecarregados e sem tempo para ensinar a função para alguém novo. Outro argumento comum é: “se for para arriscar, preferimos que seja alguém que já trabalha na organização e tem aderência à cultura da empresa”.

2. Alinhamento entre comportamento e cultura da organização

Toda empresa tem valores macro. Assim como cada área da mesma organização tem microculturas que podem variar de acordo com o perfil do gestor, da atividade e da equipe. Recrutadores experientes vão se atentar a esse importante detalhe e preferir contratar pessoas que tenham comportamentos mais alinhados ao perfil desses ambientes.

Por exemplo, se a cultura é de colaboração e a pessoa se demonstra muito egocêntrica ou excessivamente competitiva ela pode ser considerada como não aderente à cultura daquela companhia. A ideia, com essa precaução, não é apenas beneficiar a empresa, mas também inserir o colaborador num ambiente em que ele se sinta confortável.

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3. Real identificação com a empresa

Tem mais chance de conseguir a vaga em uma empresa a pessoa que conhece produtos, serviços e práticas daquela organização e consegue demonstrar real admiração por um desses fatores ou mais durante a entrevista. Um exemplo real: um candidato, ao ser entrevistado para uma posição de liderança sênior de uma grande rede de fast food, disse que não consumia os produtos do cardápio da empresa em questão, pois não os considerava saudáveis. A entrevista continuou, por consideração e educação, mas o posicionamento já o desclassificou do processo.

Outro exemplo: em uma entrevista para uma marca esportiva conhecida, o entrevistador perguntou se o candidato usava produtos da empresa e se gostava dos itens. O candidato disse que não porque a marca em questão era patrocinadora do time de futebol rival ao que ele torcia. Obviamente, foi reprovado.

4. Resistência ao que é oferecido

A conversa entre candidato e entrevistador é, também, um momento de ajustes de desejos, necessidades e expectativas. Mas é preciso atenção a algumas condições oferecidas pela empresa e que precisam ser mantidas para o bom funcionamento do negócio em questão. Um desses aspectos é a localização da companhia e o modelo de trabalho.

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Se você ingressa no processo sabendo que lá trabalha-se em jornada híbrida e qual é a distância entre sua casa e a sede, não pega bem criar resistência para cumprir os dias de expediente presencial.

5. Grau de preparo para a entrevista

Nunca vá para uma entrevista sem ter estudado informações sobre a empresa, a vaga, os principais líderes da companhia e o posicionamento da organização no setor e diante da concorrência. Na medida do possível, qual é a situação da área que tem a vaga em aberto.

Isso é importante por conta de exemplos reais como este: em uma entrevista para uma posição de diretoria de e-commerce, o presidente da empresa iniciou a conversa com o candidato perguntando qual era a percepção daquela pessoa sobre o site deles. O CEO queria saber se ele tinha um diagnóstico inicial de algo que precisava ser mudado na página caso a contratação fosse concretizada. O candidato disse que não teve muito tempo para ver o site, apesar da grande antecedência no agendamento da entrevista. Resultado: foi reprovado.

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6. Real interesse na oportunidade

Hoje, etapas iniciais de muitos processos seletivos estão sendo realizadas de maneira remota, uma realidade que fez aumentar muito o número de pessoas interessadas em participar de um processo seletivo apenas para avaliar o próprio desempenho no recrutamento. Os recrutadores estão bastante atentos a esse movimento e empenhados em seguir apenas com quem tem real interesse na oportunidade.

Pessoas que não conseguem convencer os recrutadores sobre as reais razões pelas quais estão abertas a uma movimentação no mercado tendem a ser desconsideradas para evitar a perda de tempo e de energia de todos os envolvidos. Se a motivação for exclusivamente financeira, existe chance também do candidato ser eliminado do processo em função do risco de contraproposta.

7. Positividade, grau de energia e entusiasmo

Aquela regra de não falar mal de ex-colegas de trabalho e ex-empregadores segue muito verdadeira. Isso porque os empregadores sabem que pessoas negativas costumam contaminar o ambiente e prejudicar o clima organizacional.

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Se necessário, você pode até mencionar uma situação ou outra que foi desagradável, mas, nesses casos, foque no fato e nos aprendizados com ele, e não nas pessoas. Ao final da entrevista, vale fazer perguntas que demonstrem entusiasmo com a oportunidade, como “o que te faz gostar de trabalhar aqui?” ou “o que é esperado dessa posição pensando no médio e longo prazo?”.

8. Comunicação

Um dos fatores comportamentais que mais aprovam ou reprovam alguém em um processo seletivo é, sem dúvida, a comunicação. Vejo muitas pessoas não avançarem por serem prolixas ou detalhistas demais. Algumas pecam por não escutar as perguntas completamente, perdendo a oportunidade de responder de maneira adequada. Nesse quesito, vale manter a atenção à qualidade dos discursos e ao tempo da entrevista para aproveitar o momento da melhor forma.

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