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Vívian Rio Stella

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Doutora em Linguística pela Unicamp. Idealizadora, curadora e professora da VRS Academy, pesquisa e desenvolve trabalhos voltados à lifelong learning
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A mentalização da yoga que ajuda a planejar o futuro

As tendências são uma tentativa de prever o futuro sem bola de cristal, e as retrospectivas uma forma de celebrar o passado sem saudosismo

Por Vivian Rio Stella, colunista de Você RH
Atualizado em 29 dez 2022, 15h28 - Publicado em 29 dez 2022, 14h35
Uma mulher está vestida com uma calça preta e uma regata clara praticando ioga sobre um gramado
 (Unsplash/Divulgação)
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uando o Spotify disponibiliza a retrospectiva das nossas músicas do ano, é aquele frisson delicioso nas redes sociais. Eu mesma adoro ver as músicas que as pessoas ouviram, vejo novidades e ainda me surpreendo com o domínio das músicas preferidas das minhas filhas na minha retrospectiva. Esse rememorar delicioso acontece em nossos álbuns de fotos no celular, que nos presenteiam com montagens e fotos em destaque de tempos passados. E já acontecia com a retrospectiva do Facebook (hoje Meta), segue ocorrendo com os programas de momentos marcantes nos canais de televisão, com listas de melhores livros segundo personalidades do mundo dos negócios e por aí vai.

Essas retrospectivas disputam atenção com as tendências. São inúmeros artigos, baseados em levantamentos, em opiniões de pessoas renomadas e em visões de mundo, que buscam apontar caminhos para o futuro. Gosto de ler para refletir, questionar, partir dali para me informar mais, como um começo de caminho, não uma sentença para basear decisões. Quer você use como eu ou de tantas outras formas, as tendências são uma tentativa de prever o futuro, mas sem contar com bola de cristal — ainda que tenha uma dose de misticismo em algumas das inúmeras listas.

E por que lançar luz para as retrospectivas e tendências? Por três motivos.

O primeiro é porque ambas se baseiam em curadoria. Curar ou cuidar da seleção de informação, para dar sentido ao mundo de excessos em que vivemos, é uma arte. Não à toa associamos ainda a curadoria a museus, exposições e eventos culturais. Mas ela acontece em tantos outros contextos, inclusive nas retrospectivas do Spotfy e nas tentativas de antecipar ou reforçar tendências. Como já dizia Gilberto Dimenstein, em seu belo livro “A era da curadoria”,  “para sobreviver no futuro (…) cada um de nós vai ter que ser um curador”. Só assim poderemos responder perguntas complexas e criar nexo entre saberes tão variados, como bem ensina a Inesplorato, formadora de curadores de conteúdo (de quem fui aluna em tempos pandêmicos).

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O segundo motivo é perceber nosso pêndulo entre passado e futuro, como um refúgio do tempo presente. Ainda que só nos reste o aqui e agora, nossos modelos mentais e nossas disposições para agir no mundo recorrem ao que já vivemos, com uma lente até mais colorida para o que já foi e mais cinza para o momento presente. Com base nas informações, sensações e distinções, procura inferir, pressupor e antecipar o que vem nesse futuro incerto, complexo e ambíguo que vivemos. Uma maneira de trazer conforto para algo desconfortável, afinal, lidar com a impermanência não é lá tarefa fácil.

Por fim, vale relacionar essas práticas com a necessidade de celebrar e definir metas e objetivos, algo tão falado e praticado nas organizações, nas carreiras e nas vidas das pessoas. Depois de um período (quer seja fim de ano, fim de um ciclo em uma empresa, fim de um semestre), como pode ser revigorante perceber as pequenas grandes conquistas, até para seguir adiante fazendo da mesma forma ou mudando modos e rotas. E quanto é fundamental alinhar expectativas, saber aonde se quer chegar, mesmo que não possamos controlar todas as variáveis que permitem que uma meta aconteça. Não sei você, mas noto que a celebração fica em segundo plano diante das metas, talvez valha equilibrar mais os papéis e adotar as duas como protagonistas.

E é com esse olhar atento para retrospectivas e tendências que te convido a fazer uma prática que aprendi no yoga e só depende de passos, não de posturas aparentemente complicadas. Você pode experimentar logo após ler esse artigo, no começo do seu dia ou quando achar um espaço para esse momento simples e valioso.

Fique em pé em um local em que possa se movimentar para frente e para trás. A partir do ponto em que estiver, dê 12 passos para trás. Respire e, se preferir, feche os olhos. Dê um passo à frente e se lembre de um fato marcante ou uma sensação que sintetize o primeiro mês do ano. Sem muitos filtros ou escolhas mentais. Deixe vir. Dê um novo passo à frente e relembre algo do segundo mês e assim por diante, até chegar no ponto inicial, que representa o presente. Se estiver no meio do ano e quiser praticar, faça ajustes do número de passos para representar o intervalo de meses ou pense no período de 12 meses.

Que sensações essa retrospectiva te causou? O que percebe de curioso?

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Gostou dela? Que tal ir agora adiante? Faça um exercício de imaginação e dê um passo à frente que represente seu desejo, o que gostaria ou planeja realizar no próximo mês. Mais um passo para representar o mês seguinte. E você pode seguir os 12 passos, para refletir sobre o próximo ano ou dar 3, 6 ou 9 passos, caso prefira um tempo mais curto.

Que ações podem ser feitas hoje para chegar até esse ponto no futuro? Se preferir anote, quando escrevemos temos a chance de reler e reformular de tempos em tempos.

E é com essa prática e também com a reflexão sobre curadoria, pêndulo do tempo passado e futuro, sobre celebrar e definir metas que encerro mais esse texto. Seguimos em frente.

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