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Vívian Rio Stella

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Doutora em Linguística pela Unicamp. Idealizadora, curadora e professora da VRS Academy, pesquisa e desenvolve trabalhos voltados à lifelong learning
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Lifelong learning: como este conceito está mudando a educação corporativa?

Empresas que investem em educação de alto impacto lucram três vezes mais do que as que não fazem isso. Saiba como estimular o aprendizado

Por Vívian Rio Stella, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 19 ago 2021, 08h33 - Publicado em 19 ago 2021, 07h00
Imagem mostra uma mulher loira, mais velha, sentada em uma mesa ao ar live, escrevendo e usando um notebook.
 (Pexels/ Linkedin Sales Navigator/Divulgação)
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Constantemente, novos termos surgem para nomear novas práticas ou para representar melhor o que fazemos, até mesmo, sem perceber. Lifelong learning (ou aprendizado ao longo da vida) é um desses termos que ganhou muita expressividade e relevância nos últimos anos, uma expressão que sintetiza diversas ações diárias que cada um de nós desempenha e nem bem sabia, nem sempre aproveita em toda sua potencialidade.

De todo modo, formalmente, o conceito já é quase cinquentão, Gonzaguinha há décadas já cantava sobre a beleza de ser um eterno aprendiz e, como filosofia de vida, na Grécia antiga, já se afirmava que aprendemos do berço ao túmulo.

É possível discutir e aprofundar a compreensão sobre o aprendizado ao longo da vida sob diferentes perspectivas: seja pela necessidade de nos mantermos social e economicamente relevantes em um mercado de trabalho e um mundo em constante transformação; seja pela ótica da longevidade e da ressignificação dos anos a mais de vida; seja pelas políticas educacionais; seja ainda pelas práticas individuais ou pela atuação cidadã de todas e todos nós.

Nesta coluna, que tanto conversa com profissionais de RH de diversas empresas, vou dar destaque ao impacto do lifelong learning na cultura de aprendizagem corporativa.

Nesse campo, destaco, de antemão, que organizações que praticam aprendizagem de alto impacto atingem, em um período de quatro anos, um crescimento nos lucros três vezes maior do que empresas que não seguem uma abordagem semelhante. Não à toa 84% dos executivos concordaram que a aprendizagem é uma questão essencial. Os dados são do relatório Tendências Globais de Capital Humano feito pela Deloitte, de 2016.

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Esse estudo e outros levantamentos têm comprovado a relação direta entre aprendizagem, engajamento dos funcionários e construção de uma cultura consistente no ambiente de trabalho.

Além da sala de aula

Mas ainda associamos a aprendizagem ao espaço da sala de aula, seja física ou virtual, em que alguém é responsável por conduzir a jornada de aprendizagem. Desconsideramos que a aprendizagem ocorre também em contextos informais. Segundo uma pesquisa conduzida pela Degreed, as pessoas aprendem muito com pares, com seus superiores, mentores. Aliás, recorrer a pessoas é uma das formas preferidas dos aprendizes, mais até do que buscar na internet.

Por isso, empresas que valorizam a aprendizagem têm buscado criar uma cultura de lifelong learning, integrando soluções e formatos de ensino formal, informal, não formal. Não significa apenas oferecer cursos online ou presenciais para atender a necessidades pontuais de desenvolvimento, mas sim ações colaborativas, autônomas e que gerem corresponsabilidade dos aprendizes.

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Na prática, muitas empresas que vivenciam lifelong learning disponibilizam um valor anual para seus funcionários investirem na formação que quiserem; permitem que os funcionários escolham um assunto que dominem, ensinem seus colegas e ainda sejam premiados por isso; atuam com curadoria social, isto é, os profissionais sugerem e constroem de forma colaborativa os saberes, entre tantas outras ações integradas à cultura da empresa.

Aprendizado na estratégia

A aprendizagem, portanto, integra a estratégia empresarial, não é apenas um programa de desenvolvimento, conduzido por uma área específica e que sofre cortes diante do primeiro sinal de problema financeiro. Aliás, Bill Mc Dermott, CEO da SAP, acredita tão fortemente no desenvolvimento de habilidades de seus funcionários que prega que o único item do orçamento que nenhum gerente pode cortar é a aprendizagem.

Para tornar real uma cultura como essa, é preciso sair da lógica que convoca pessoas para participar de eventos, controla presença e abertura ou não de câmera. Pode parecer simples afirmar isso neste texto, mas há muita argumentação e uma boa dose de ousadia e confiança no processo de aprendizagem de adultos. Conversar sobre o que as pessoas querem e precisam aprender evita cair em modismos ou impor uma agenda desconectada da vida real, promover comunidades de aprendizagem conduzidas pelos próprios profissionais interessados em certas habilidades, democratizar a curadoria e os acessos podem ser passos potentes e transformadores, para irmos além da aprendizagem tal como a conhecemos.

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Empresas que constroem uma cultura em que a aprendizagem faz parte de sua estratégia geral – sendo algo que os profissionais queiram e gostem de fazer – têm uma clara vantagem num cenário em que reinventar-se, aprender e reaprender são uma constante.

E você, o que mais tem feito ou sonha fazer para transformar a atual cultura de aprendizagem em uma mais pautada por lifelong learning?

Assinatura de Vívian Rios
(VOCÊ RH/Divulgação)
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