Promoção: Revista em casa a partir de 10,99

Cordão de girassol: como o acessório pode aumentar a inclusão nas empresas

PCDs e neurodivergentes só se beneficiam dese símbolo, no ambiente de trabalho, se houver uma preocupação genuína com acessibilidade. Entenda.

Por Camila Almeida
Atualizado em 19 mar 2025, 17h31 - Publicado em 24 dez 2024, 15h04
Foto de uma mulher com o cordão de girassóis.
 (Montagem/Catherine Delahaye/Getty Images)
Continua após publicidade

Nem todas as deficiências são aparentes. Por isso, o Brasil possui uma lei que regulamenta o uso do “cordão de girassol”, que dá visibilidade a pessoas com deficiências invisíveis, sejam auditivas, visuais, motoras ou intelectuais. Mas você sabe o que é o cordão – e como ele pode ser usado na sua empresa?

Trata-se de uma fita verde com desenhos de girassóis, como a que aparece na imagem acima. O cordão é reconhecido em todo o território nacional pela Lei nº 14.624/2023 como um acessório de uso opcional, cuja ausência “não prejudica o exercício de direitos e garantias” previstos na legislação brasileira. 

O cordão de girassol ajuda a identificar PCDs e facilita a vida dessas pessoas, que poupam explicações ao utilizar filas ou assentos preferenciais, por exemplo. O acessório, porém, não vale como documento para comprovar necessidades especiais. 

Nas empresas, o cordão de girassol pode ajudar na construção de um ambiente mais inclusivo – se o uso do acessório vier acompanhado de uma campanha de conscientização e medidas concretas para aumentar a acessibilidade. É o que defendem especialistas como Katya Hemelrijk, consultora de diversidade e CEO da Talento Incluir.

Continua após a publicidade

“A organização precisa saber o que fazer para acolher o funcionário. Isso significa preparar a equipe, entender suas necessidades específicas e providenciar recursos de acessibilidade que sejam importantes”, afirma a executiva. Caso o ambiente não seja propício, a pessoa com deficiência oculta provavelmente não vai se identificar como tal.

Katya ainda argumenta que muitas empresas se aproveitam da existência do cordão de girassol: incentivam colaboradores a assumirem suas deficiências ocultas apenas com a intenção de cumprir a cota mínima de PCDs no quadro de funcionários – sem contratar mais ninguém.

“Se você incentiva o uso do cordão na empresa só para contar o número de PCDs, o risco de as pessoas serem capacitistas é muito grande”, afirma a especialista. “Elas podem dizer aos colegas: ‘nossa, não parece que você tem deficiência!’. Isso gera um desconforto, seria melhor a pessoa [com deficiência oculta] ter ficado quietinha no canto dela.”

Continua após a publicidade

Porém, quando a campanha é genuína e bem-feita, pode ser um golaço. “Quando eu entro em algum lugar com minha cadeira de rodas, todo mundo sabe que eu tenho deficiência”, afirma Katya. “O cordão de girassol pode ajudar a dar visibilidade para muitas outras pessoas e abrir espaço para o diálogo e o acolhimento.”

Capacitismo no escritório

Segundo a pesquisa Radar da Inclusão, 60% das pessoas com deficiência ou neurodivergentes acreditam que o preconceito as impede de conseguir um bom emprego, mesmo quando possuem as competências necessárias para tal.

Quase todos os entrevistados (90%) afirmam que já enfrentaram capacitismo no ambiente de trabalho. E apenas 60% deles relataram o problema à empresa.

Continua após a publicidade

Os principais motivos para permanecer calado sobre o capacitismo são:

  1. O medo de ser demitido ou sofrer uma retaliação;
  2. A crença de que a denúncia não teria resultados;
  3. A crença de que denunciar não era necessário;
  4. A vergonha de fazê-lo.

Entre os funcionários que sofreram capacitismo e relataram a situação à empresa, apenas 18% se sentiram totalmente respeitados e acolhidos pela organização.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

Assine o Digital Completo por apenas R$ 5,99/mês

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.