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Desemprego atinge mais mulheres do que homens, revela pesquisa

Levantamento realizado pela consultoria Mindsight ainda mostra que mulheres são maioria em cargos de entrada, enquanto homens dominam liderança

Por Hanna Oliveira
12 jun 2021, 08h00
Uma mulher aparece em um escritório, em frente a um computador, olhando para seu lado esquerdo.
 (Christina Morillo/Pexels/Divulgação)
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A consultoria de recursos humanos Mindsight liberou pesquisa que revela dados alarmantes: a quantidade de mulheres desempregadas é 10% maior do que a de homens. O número reforça a tese de que a pandemia afetou a situação da mulher no mercado de trabalho, levantada pela divulgação de pesquisa do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA)  em 2020, apontando que o número da participação feminina no mercado chegou ao seu menor patamar em 30 anos.

A pesquisa da Mindsight ouviu 1.294 candidatos que participaram de processos seletivos entre abril e maio de 2021 e mostrou que o gênero ainda é uma questão para empregabilidade e desenvolvimento de carreira: 63% das mulheres respondentes que estavam empregadas ocupavam posições de entrada nas companhias, contra 50% dos homens. Quando a categoria era de cargo de chefia, 36% dos homens entrevistados ocupavam a posição, contra 20% das mulheres. 

Preparando a casa

A consultoria ainda ouviu candidatos sobre a rotina familiar em meio à pandemia. Homens demonstraram um maior descontentamento com relação à sobrecarga de trabalho e convivência doméstica, com 32% deles apontando insatisfação contra 23% das mulheres. 

Para o CEO da Minsight, Thaylan Toth, as empresas poderiam – e ainda podem – preparar a casa para auxiliar seus trabalhadores para enfrentar o cenário da pandemia. “O momento exige não só consideração à carga de trabalho extra vivida dentro de casa, como também a carga emocional que o momento trouxe, tendo em vista que as pessoas estão mais ansiosas em relação à saúde, à estabilidade financeira, ao isolamento e tantas outras coisas”, diz.

Thaylan aponta que a flexibilização da jornada para todos os funcionários, independente do gênero, é uma medida muito importante no momento que estamos vivendo. “Com a flexibilização, as mulheres e demais responsáveis pelo convívio familiar conseguem ter liberdade para adequar os melhores horários para trabalho alternando com os horários de maior necessidade de atividades domésticas.” Muitas companhias, na visão do CEO, acharam que já estavam preparadas para o enfrentamento da crise do coronavírus e acabaram deixando de lado o reforço de capacitação da liderança: “Capacitar a liderança para lidar com os desafios do momento: distanciamento social, medos e ansiedades pela saúde e estabilidade do emprego”, afirma Thaylan. 

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Outras empresas pararam de dar um benefício muito importante, o auxílio creche. Segundo Thaylan, um movimento contraproducente para aquelas mulheres que são mães: “O que se deve fazer é flexibilizar a utilização desse apoio financeiro para que possa ser usado com outras formas de educação e cuidados às crianças, apoiando a rede de suporte de pais e mães que trabalham”.

Falando sobre recrutamento e desenvolvimento de carreira, o executivo acredita que o movimento precisa começar desde a estratégia de atração de talentos, com uma comunicação que também converse com diferentes gêneros, algo que também precisa acontecer com os profissionais que já são empregados pela companhia: “Quando uma mulher olha para a liderança e não vê nenhuma ou apenas uma representação feminina, ela pode cair na armadilha da auto sabotagem pensando que se as demais mulheres não conseguiram chegar lá, não vai ser ela que chegará”.

Para conseguir promover o desenvolvimento e carreira, sem segredos: programas focados no público de mulheres, mentorias, conscientização sobre estereótipos e papéis de gênero:  “Grupos de apoio e auxílio ao suporte psicológico são formas ativas de garantir o desenvolvimento das mulheres dentro das organizações, para além das posições de entrada”, diz Thaylan.

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A educação nesses diferentes cenários continua sendo a chave principal para a mudança, para o CEO da MindSight: “É importante também educar todos sobre a necessidade de individualização das pessoas a cada interação, para que as mulheres não se vejam presas a situações diretamente relacionadas a seus papéis de gênero, alimentados por estereótipos sobre o feminino”, finaliza.

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