A licença-paternidade de seis meses adotada pela Volvo Cars
Eliane Trinca, diretora de RH da empresa, conta como está a iniciativa, criada em 2021
e acordo com a legislação brasileira que determina a licença-paternidade, as empresas devem liberar os funcionários por cinco dias corridos a partir do nascimento do bebê. A única atualização sobre o tema aconteceu em 2016, quando o afastamento foi estendido para 20 dias, sendo a adesão opcional.
Mas, na Volvo Cars, a licença-paternidade passou a durar seis meses, assim como a licença-maternidade. A iniciativa, criada em 2021, está disponível para todos os funcionários da empresa, inclusive para casais homoafetivos. A única regra é ter ao menos 1 ano de casa.
À VOCÊ RH, Eliane Trinca, diretora de people experience e responsabilidade social da Volvo Cars, conta que a iniciativa visa, sobretudo, a equidade parental, já que os cuidados com o bebê costumam ficar apenas com as mulheres.
Como foi a adesão ao benefício?
No começo, tivemos que fazer um trabalho para que todos se sentissem seguros e confortáveis, estimulando-os a participar. E as pessoas estão aderindo dentro das possibilidades e dando muito valor. A grande pergunta que tínhamos era se os pais saberiam como utilizar esse período. Por isso, conversamos bastante internamente sobre a importância da participação paterna nos seis primeiros meses de vida da criança.
A licença-paternidade já foi utilizada? Existiu algum caso marcante?
Sim, e tivemos um primeiro caso bem complicado e emblemático, que fez com que todos reconhecessem a importância da iniciativa. O casal pegou covid-19 em abril de 2021. O pai se recuperou, mas a mãe precisou ficar internada e teve o caso agravado. O parto aconteceu de forma prematura, o bebê teve que ir para a UTI e a mãe ficou entubada por 21 dias. Os primeiros cuidados da criança ficaram sob responsabilidade exclusiva do pai. Hoje, os três estão bem!
O que motivou a Volvo a estender a licença-paternidade?
A importância da equidade, diversidade e inclusão. Aqui no Brasil, mulheres tinham seis meses de licença, enquanto os homens, apenas 20 dias, sendo que as dificuldades e as alegrias devem ser iguais para os dois.
Com a licença estendida também aos pais, as mães se sentem menos sobrecarregadas, já que contarão com uma maior rede de apoio. Queremos reforçar o valor do vínculo entre pais e filhos e a necessidade de ações para a equidade de gênero.
Qual a meta da empresa para a equidade de gênero?
Queremos ter 50% de mulheres na grade de funcionários. Hoje, elas representam 40%. Sempre trabalhei em montadoras, um ambiente majoritariamente masculino. Por isso, sei bem a necessidade da equidade dentro das empresas.
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