ostuma ser assim: quando a rotatividade aumenta, especialmente entre profissionais qualificados, as empresas tendem a culpar o mercado, alegando que os funcionários pedem demissão em busca de melhores salários. Em alguns casos, é verdade. Mas, em muitos outros, o motivador principal não é o dinheiro.
Um estudo da Kaspersky com mais de 8 mil respondentes indica que 50% querem mudar de emprego para ter mais harmonia entre vida pessoal e profissional. Já uma pesquisa da consultoria Produtive mostra que 46% dos entrevistados pediram demissão por falta de perspectiva de carreira e desenvolvimento na empresa em que atuavam.
E, segundo um relatório da Gartner, 67% dos profissionais aumentaram suas expectativas de que as companhias sejam mais flexíveis. São indícios de que a dedicação exaustiva à empresa em troca de um posto mais alto na hierarquia está deixando de fazer sentido — e não só para as novas gerações.
Mas o desejo por uma rotina com mais significado e que contemple outros interesses além da carreira não surgiu agora, só foi intensificado na pandemia, já que a crise sanitária levou muitos profissionais a repensar o lugar que o trabalho ocupa em sua jornada. É por isso que as perguntas sobre o que tem motivado a perda de talentos não podem mais receber antigas respostas. É preciso aprofundar a questão e oferecer uma proposta de valor mais rica e plural ao empregado, como mostra a jornalista Caroline Marino na reportagem de capa desta edição. Afinal, o engajamento de talentos nunca foi tão estratégico.
Essa é a Carta ao Leitor da edição 80 (junho/julho) de VOCÊ RH. Clique aqui para se tornar nosso assinante