No que as empresas e os profissionais precisam prestar atenção para se preparar para o futuro do trabalho? Foi para responder a essa pergunta que o ManpowerGroup Brasil, consultoria de talentos, e o Futuro das Coisas, especializado em tendências, se uniram para escrever um relatório que mapeou os 20 grandes temas que mudarão os negócios em todo o mundo.
“As mudanças estão cada vez mais aceleradas e nos colocam frente a desafios nunca atravessados antes. A pandemia nos trouxe um novo ritmo e está fazendo com que empresas enxerguem a transformação digital com outro olhar e com espaço para a criação de novos modelos de gestão e negócios”, diz Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas do ManpowerGroup Brasil.
Conheça a seguir as principais tendências:
1 – Envelhecimento populacional: o Brasil terá uma nova pirâmide populacional com mais pessoas acima dos 50 anos – e isso deve ser levado em conta pelas empresas em termos de recrutamento e desenvolvimento de produtos
2 – A ascensão feminina: embora as discussões sobre a igualdade de gênero no mercado tenham avançado, as mulheres ainda recebem salários menores do que os homens e foram altamente afetadas pelo desemprego e pela sobrecarga de trabalho na crise da covid-19. Por isso, a equidade ainda está longe de ser alcançada e continuará a ser uma questão relevante.
3 – Diversidade, equidade e inclusão: esse tema tem se tornado cada vez mais relevante em todas as esferas de atuação de uma empresa: funcionários e clientes. Mas ainda é preciso avançar muito no tema e os dados não mentem: no Brasil, apenas 29,9% dos cargos gerenciais são ocupados por pessoas negras, segundo o IBGE.
4 – Encontro de gerações no ambiente de trabalho: a tendência é que as pessoas não apenas passem a viver mais anos, mas também a se sentirem produtivas por mais tempo. Isso significa que o convívio de diferentes gerações no ambiente de trabalho – como o que ocorre hoje com Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z – será uma constante. Cabe às empresas e aos profissionais tirar o melhor das diferenças.
5 – Mais flexibilidade, autonomia e escolha para os indivíduos: o comando e controle e as hierarquias pesadas passam a fazer cada vez menos sentido – assim como as trilhas padronizadas de carreira. O poder estará cada vez mais nas mãos dos indivíduos, em um aumento da busca por autonomia. Mas as empresas precisam oferecer segurança, bem-estar e oportunidade de desenvolvimento.
6 – Saúde mental tão importante quanto a física: a pandemia exacerbou algo que especialistas alertavam há algum tempo: precisamos cuidar com urgência da saúde mental no trabalho. Síndrome de burnout, estresse, ansiedade e depressão serão doenças cada vez mais comuns e incapacitantes. Por isso, os cuidados com o bem-estar psicológico dos funcionários precisarão ficar constantemente na agenda das lideranças.
7 – Mais ética e transparência: com o maior compartilhamento de informações entre clientes e funcionários, as empresas perceberam que não podem ser caixas pretas – e que só terão perenidade se forem caixas de vidro.
8 – Aprendizagem intencional: o Fórum Econômico Mundial indica que, até o ano que vem, 42% das habilidades essenciais serão alteradas. Isso mostra o quanto o aprendizado será essencial para todos os profissionais, independentemente da idade ou do cargo ocupado. E as empresas precisam estimular essa mentalidade.
9 – Escassez de talentos: segundo levantamento do ManpowerGroup, 54% das empresas do mundo são afetadas pela falta de profissionais com as qualificações necessárias. Para resolver essa equação, é preciso agir e apostar em requalificação, renovação e, até, em recolocar ex-funcionários.
10 – A aceleração das estratégias e gestão de talentos: com novas opções de carreiras e trabalho remoto, as maneiras de gerir os talentos se transformam. A tendência é olhar mais para uma força de trabalho colaborativa, com profissionais que trabalham por projetos e em equipes multidisciplinares.
11 – Eliminação de silos: o antagonismo ou falta de colaboração entre profissionais, equipes ou áreas afeta negativamente a empresa em diferentes sentidos, desde a construção de um clima organizacional ruim até atitudes tóxicas, como sabotagem. Criar um ambiente integrado em que as pessoas ajam como aliadas é primordial para a inovação.
12 – A evolução da colaboração homem-máquina: uma projeção do Fórum Econômico Mundial estima que até 2025 homens e máquinas trabalharão o mesmo número de horas. E diversos pensadores acreditam que os homens serão híbridos, com a tecnologia auxiliando na execução de tarefas.
13 – Toda empresa deve ser uma empresa de tecnologia: já está ficando claro que, com a transformação digital, não importa a área de negócio, é preciso investir em tecnologia para seguir em frente — e se tornar uma organização exponencial. Essa tendência será cada vez mais acentuada.
14 – Tecnologia em prol da gestão do novo bem-estar: dispositivos e aplicativos de saúde, assim como as health techs, estão em crescimento em um mundo no qual as pessoas usam a tecnologia para encontrar bem-estar. Nas empresas, isso pode se refletir na união entre as áreas de tecnologia, recursos humanos e saúde – para mapear, com dados, como os funcionários estão e cuidar melhor deles.
15 – Mundo híbrido e a onipresença digital: os limites entre a presença física e digital estão ficando cada vez mais tênues. Com isso, nasce um mundo híbrido em que o digital invade locais físicos – seja em lojas ou no escritório.
16 – Da neutralidade para o posicionamento: a época em que as empresas não se posicionam sobre assuntos polêmicos ou relevantes já passou. Clientes e funcionários esperam das organizações voz ativa sobre temas socialmente relevantes, como racismo, LGBTfobia e poluição, por exemplo.
17 – Toda empresa deve ser uma empresa de saúde: a pandemia da covid-19 explicitou os cuidados que devemos tomar para não adoecer – e isso será uma constante no escritório do futuro. Circulação de ar, distanciamento entre as mesas de trabalho e pouco contato das mãos com superfícies continuarão a ser temas relevantes para os próximos anos.
18 – Catalisar o desenvolvimento humano: as empresas só conseguem mudar e evoluir se tiverem pessoas prontas para isso. Por isso, companhias têm que conhecer sua força de trabalho, entender quais são suas expectativas e criar ambientes que potencializem o seu desenvolvimento.
19 – A nova contabilidade: apenas o lucro não fará uma empresa realmente valiosa. A tendência é que preocupações com temáticas sustentáveis, sociais, governança e de cuidados com os funcionários tenham mais influência sobre o valor da empresa do que o lucro.
20 – A liderança do futuro: empatia, escuta ativa e vulnerabilidade serão habilidades cada vez mais importantes para os líderes. Está chegando ao fim a era dos gestores que se veem como super-heróis.