Mudança de carreira: profissionais de RH podem se sair bem na área de ESG
À VOCÊ RH, a consultoria EXEC explica o que é necessário para que um profissional migre do RH para a área de ESG, que está em alta
O interesse sobre o tema ESG, (sigla para ambiental, social e governança, em português) vem crescendo e as empresas têm entendido cada vez mais o papel que exercem na criação de um mundo melhor e mais sustentável. A consultoria de recrutamento EXEC, por exemplo, já sente uma demanda por parte de seus clientes para a seleção de novos executivos com experiência no tema.
Cadú Altona, sócio da EXEC, afirma que, apesar de o tema ainda ser amplo, permeando várias funções dentro de uma organização, sobretudo as do topo, os profissionais de recursos humanos podem se sair bem na área. Para ele, qualquer que seja o profissional, ele deve se especializar em temas do ESG para manter seu emprego atual. Em um segundo momento, é possível mudar de carreira, se especializando ainda mais e ganhando competitividade no mercado.
À VOCÊ RH, Cadú explicou mais sobre a área e como um profissional de recursos humanos pode migrar para o ESG.
Como surgiu o ESG?
Na prática, as questões que estão inseridas no ESG já são discutidas há décadas – sustentabilidade ambiental, sustentabilidade empresarial, governança, diversidade, inclusão. O que é importante destacar, no entanto, é que existiram alguns eventos que aceleraram a disseminação deste conceito. Entre os mais recentes, estão os hackers nas eleições de Donald Trump, em 2016, e o assassinato de George Floyd e a pandemia da covid-19, em 2020. Além disso, as gerações que estão surgindo também são muito mais conectadas com o propósito do que as gerações anteriores.
A área de ESG é uma boa aposta para os profissionais?
Acho que há um consenso na comunidade empresarial mundial de que as empresas têm que fazer aquilo que, muitas vezes, os governos não conseguem. Além disso, o consumidor moderno tem valorizado muito isso, ele realmente passou a ter uma consciência crítica muito mais avançada sobre o tipo de marca que ele está comprando e qual o propósito dela. Por tudo isso, a tendência é de que haja ainda mais crescimento, sendo uma boa aposta. O ESG é um caminho sem volta.
O que a área de ESG tem em comum com a de RH?
O tema de ESG geralmente está no topo da pirâmide, no conselho, no CEO. Mas, algumas vezes, ele está no meio. Olhando nesta perspectiva, existem duas carreiras que tem maior propensão a se tornar especialista e assumirem maior responsabilidades nessa área: a de marketing e a de RH. Porque o tema de cultura, valores, propósitos, diversidade e inclusão estão intimamente ligados com o RH e, principalmente, com o S do ESG.
Quais experiências no RH contam?
O profissional de RH precisa ter, basicamente, o resumo do que é o “social” da sigla para ter projeção na área de ESG. Por exemplo, ter tido contato com temas que tangem os direitos humanos, a diversidade e inclusão, políticas de RH, apoio a comunidades carentes e relações com os consumidores. Se o profissional tem esse tipo de experiência, ele está apto a crescer nessa área.
É necessário fazer alguma especialização?
Em primeiro lugar, o profissional precisa escolher um ambiente empresarial que tenha uma cultura muito sólida, que tenha propósito e valores bem disseminados e conectados com as causas do ESG. Assim, ele terá mais recursos e mais estímulos para fazer projetos dessa natureza. Depois, há cursos de especialização. Hoje, no mundo do RH, o que está mais em voga são os cursos de curta duração, a tal da “pílula de conhecimento”. Nem que seja um curso de uma, duas semanas a um mês, em detrimento aos MBAs, porque você vai se atualizando constantemente. Então, são realmente recomendados cursos, workshops, palestras, e os melhores estão fora do Brasil. Mas, evidentemente, temos alternativas por aqui também.