Os profissionais brasileiros enxergam significado no seu trabalho quando percebem que geram um impacto real, dentro ou além da organização, e quando dão match com seus cargos. Ou seja: quando se identificam com o trabalho que realizam ou percebem que suas habilidades e responsabilidades combinam muito bem, obrigado.
É o que descobriu a pesquisa Engaja S/A, uma investigação sobre o engajamento dos profissionais brasileiros, no mundo corporativo, realizada pela Flash em parceria com a FGV e o Talenses Group. O estudo ouviu 1,7 mil pessoas, de todas as regiões do Brasil. Metade da amostra está na região Sudeste e 90% possui ensino superior completo.
A pesquisa destaca que o engajamento entrou de vez para a agenda de líderes e conselhos de administração, principalmente após a pandemia. Porque ele está em falta. Um relatório de 2022 da Gallup, por exemplo, estimou que a falta de engajamento nas empresas leva a um prejuízo de 8,8 trilhões de dólares em produtividade – o que equivale a 9% do PIB global.
Os pesquisadores consideram, com base em conversas com profissionais de RH e na literatura científica sobre o tema, que essa dimensão do trabalho, o significado, afeta diretamente o engajamento dos colaboradores. Daí investigá-la.
Ela é resultado de cinco aspectos: a autonomia que o profissional sente em seu cotidiano; o tempo do qual ele dispõe para exercer o ócio criativo; e o tamanho e poder de decisão de sua equipe. Quanto menor e mais empoderada a equipe, melhor. Além desses aspectos, há os já mencionados: identificação e capacidade de gerar impacto.
Insatisfação e o significado do trabalho entre gerações
O estudo mostrou que 83% dos profissionais entrevistados avaliam positivamente o alinhamento do seu perfil com o trabalho que exercem. E 77,37% sentem que estão gerando um impacto positivo.
Por outro lado, 25% dos colaboradores estão insatisfeitos, desmotivados e desconectados dos objetivos e valores da empresa por não possuírem tempo para pensar, criar e descansar – ou seja, exercer o ócio criativo. 20% se sentem dessa maneira por não participarem de equipes com poder de decisão; 14%, pela falta de autonomia.
A Engaja S/A também mostrou que os baby boomers são a geração que melhor avalia o significado do trabalho: pode-se dizer, ao considerar essa dimensão, que 65% deles estão engajados. Os números caem mais de 10 pontos percentuais nas demais faixas etárias: geração X (52%), millennials (49%) e geração Z (49%).
Para Isis Borge, diretora-executiva da Talenses, a pandemia impactou muito a forma como as pessoas enxergam os seus propósitos no trabalho – e essa é uma situação desafiadora para os RHs.
“Nesse contexto,” ela afirma, “cabe ao RH colocar a gestão de pessoas, o engajamento e a retenção no centro de tudo, ouvindo as pessoas para traçar planos de ação atualizados, condizentes com o que nós estamos enfrentando diante dessa mentalidade nova, que vem chegando com muita força no mundo do trabalho.”
Você pode conferir a pesquisa completa neste link.