alta de reconhecimento é o principal motivo que leva profissionais da geração X a pedir demissão, indica um estudo da empresa de tecnologia para recursos humanos Pulses com dados de mais de 145 mil funcionários de empresas no Brasil. Segundo a pesquisa, a que VOCÊ RH teve acesso com exclusividade, quando não se sentem reconhecidos e valorizados pela companhia ou quando não veem perspectivas de crescimento, os profissionais apresentam cinco vezes mais risco de pedir demissão. Se acreditam que as recompensas recebidas pelos seus esforços não são justas, o risco é 2,5 vezes maior.
“Quando a organização não traz feedback de qualidade e de forma frequente, não oferece propostas de desenvolvimento, possibilidades de participação em projetos relevantes e autonomia nem celebra as conquistas dos colaboradores, por exemplo, eles tendem a se sentir pouco valorizados”, diz Renato Navas, líder de pessoas da Pulses. “Isso acaba gerando uma frustração profissional que pode acabar culminando em um desligamento voluntário.”
Diferenças entre as gerações
Em 2020 e 2021, considerando profissionais de todas as gerações, a falta de reconhecimento apareceu em primeiro lugar entre os fatores que têm levado aos pedidos de demissão. Em 2022, a falta de atratividade do emprego passou à primeira posição no ranking geral. Esse movimento foi intensificado pelos novos modelos de trabalho adotados em maior escala pelas empresas na pandemia, que levaram muitos profissionais a repensar suas escolhas profissionais e a buscar mais harmonia entre trabalho e vida pessoal.
Para a geração X, reconhecimento é importante. Esses profissionais costumam ocupar cargos de maior responsabilidade e senioridade, então, é natural que direcionem suas energias para dar continuidade ao desenvolvimento que já conquistaram. Os profissionais da geração Z, que estão em início de carreira, tendem a buscar desafios, por isso procuram empresas atrativas, que tragam possibilidades de crescimento e que sejam transparentes em seus processos. Para os nascidos após a segunda metade de 1990, o dinheiro importa, mas a autonomia e a perspectiva de movimentação são essenciais para permanecer em uma companhia.
Alguns fatores levantados pelo estudo são situacionais, e outros persistem independentemente do cenário ao longo dos anos. A justiça e o reconhecimento, por exemplo, tendem a ser atemporais, por estarem relacionados à necessidade intrínseca do ser humano por estrutura, segurança e previsibilidade. “Já a atratividade pode ser percebida como algo circunstancial: hoje, ela está em primeiro lugar, porque a pandemia ressignificou totalmente a relação do funcionário com o trabalho. Antes, a vida era organizada em torno do emprego. Hoje é o oposto: as pessoas querem organizar o emprego em torno da sua vida”, afirma Renato.
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