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O que os presidentes de Google, Sabin, SAP e Tigre aprenderam com a crise

Depois de um ano de pandemia, quais foram os grandes aprendizados de CEOs brasileiros? Conversamos com quatro presidentes que trazem lições

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 4 mar 2021, 14h06 - Publicado em 4 mar 2021, 06h00
Homem branco usando máscaras de proteção contra a covid-19
 (Jeshoots/Unsplash)
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Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil detectou o primeiro caso de coronavírus. Mais de um ano depois, o país já ultrapassou a marca de 257.000 mortes e mais de 10 milhões de infectados. A pandemia do coronavírus é uma das mais complexas da história por seu forte impacto na saúde e nas economias. Por isso, os desafios são grandes também para os líderes empresariais, que precisam gerenciar trabalhadores remotos e aumentar os cuidados para aqueles que precisam exercer as funções presencialmente.

Para marcar o aniversário da pandemia, VOCÊ RH convidou os presidentes de Google, Sabin Medicina Diagnóstica, SAP e Tigre para compartilhar seus aprendizados. Todos eles estão muito preocupados em conseguir se colocar no lugar do outro. Leia os depoimentos a seguir.

Adriana Aroulho, presidente da SAP no Brasil

Foto de Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil
(Celso Doni/VOCÊ RH)

“Liderar à distância foi o mais desafiador e ao mesmo tempo o mais importante passo para manter nosso time engajado, coeso, produtivo e para sustentar o nível de atendimento aos clientes da SAP, com um olhar ainda mais consultivo e voltado para ajudá-los nas novas necessidades trazidas pela crise da covid-19.

Adaptamos algumas rotinas para não perder o contato próximo com as pessoas, ainda que o formato fosse o virtual. E isso incluiu também aprimorar ainda mais nosso programa de saúde mental, nossas ações de RH e as ações de comunicação com as pessoas, com muita transparência e compromisso com o bem-estar de todos”

Fabio Coelho, presidente do Google Brasil e vice-presidente da Google Inc. 

Foto de Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil.
(Google/Divulgação)
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“Aprendi a estar ainda mais próximo e a aumentar o cuidado com o outro, entendendo que cada um é diferente e tem uma pandemia própria. Estamos vivendo tempos difíceis e precisamos ter a sensibilidade de entender como isso afeta cada indivíduo.

Como líder, acredito que meu papel é de ser um facilitador: inspirar pessoas e permitir que elas se desenvolvam com a humildade de admitir que não se sabe tudo e estar aberto a ouvir as necessidades dos clientes e das pessoas, aprendendo constantemente. Vejo no papel de cada líder a busca por agregar esses componentes para que cada um se sinta motivado e engajado.”

Lídia Abdalla, presidente executiva do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica

Foto de Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica
(Cristiano Mariz/VOCÊ RH)
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“Acredito que a maior lição que tiramos desta crise sanitária global, sem dúvidas, é a forma de nos relacionarmos com as pessoas, com o trabalho e com o mundo, que não mais será a mesma. Diante de um cenário tão delicado e desafiador, deparamos com a necessidade urgente de adaptação e flexibilidade da empresa e de toda liderança, e nossa capacidade de respostas rápidas foi colocada à prova o tempo todo, bem como nossa capacidade de inovação na saúde. Foi um exercício diário de resiliência que nos trouxe amadurecimento como pessoas e como líderes. No contexto empresarial, vimos o senso de coletividade ficar mais urgente e latente. No contexto social, aprendemos a observar com mais afinco os impactos do nosso comportamento e como podemos ser pessoas melhores.

Hoje, penso que a pandemia nos preparou da melhor forma para lidar com ela e com qualquer outra crise. A onda de solidariedade contagiante que se formou e nos fortaleceu me dá essa certeza. São inúmeros os aprendizados, mas os principal deles será que cuidar uns dos outros é uma forma de sobrevivência e isso tem total relação com o propósito do Grupo Sabin, de inspirar pessoas a cuidar de pessoas.”

Otto von Sothen, presidente do Grupo Tigre

Foto de Otto von Sothen, presidente da Tigre
(Tigre/Divulgação)

“Precisamos reconhecer que as pessoas estão inseguras, com medo e preocupadas com o futuro. Por isso, é crítico ter maior proximidade e frequência de comunicação da liderança com nossos times e os clientes são críticas. Devido à angústia e à incerteza, é ainda mais importante reconhecer e agradecer os sacrifícios do time e comunicar a esperança no futuro sem dourar a pílula.

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Também devemos entender que as pessoas vivem realidades muito diferentes dentro da mesma empresa, o que requer discursos e tratamentos diferentes para públicos diferentes: o pessoal administrativo e de gestão segue em grande parte em home office; o pessoal de fábrica e logística trabalha diariamente de forma presencial; é fundamental também a aplicação e comunicação incessante de rigorosos protocolos de saúde e segurança

Além disso, por todos estarem com uma carga muito pesada, temos que encontrar o equilíbrio: por um lado, precisamos separar tempo para pensar e preparar o futuro. Por outro, é crítico planejar pausas no dia para não esgotar os times.

Nesse contexto, os líderes não precisam ter receio de demonstrar fragilidade e reconhecer quando não têm a resposta. As pessoas apreciam quando os líderes se mostram humanos e compartilham suas fraquezas e medos.”

 

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