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O que a Sympla está fazendo para se reinventar na crise

Na Sympla, plataforma de vendas de eventos, reinvenção é a palavra de ordem para superar a pandemia. A companhia tem auxílio home office e apoio psicológico

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 24 fev 2021, 10h33 - Publicado em 19 fev 2021, 15h00
Mulher oriental sorrindo com fones de ouvido
 (Pexels / Andrea Piacquadio/Divulgação)
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Com mais de 400 funcionários, a Sympla enfrenta um grande desafio durante a pandemia da covid-19: a reinvenção do mercado de eventos. Plataforma de vendas de ingressos, a companhia lidou com uma diminuição de 2 milhões no número de ingressos comercializados no começo da quarentena, em 2020. Neste contexto, a empresa precisou lançar novos produtos e, do ponto de vista organizacional, criou ações para ajudar os funcionários a enfrentar esse momento, como acompanhamento psicológico, happy hour online e, recentemente, auxílio de R$ 1.000 para home office.

Távira Magalhães, head de gente e gestão da Sympla, explica como a empresa conseguiu se manter mesmo na crise.

Depois de quase um ano de pandemia, quais foram os grandes aprendizados em termos de gestão de pessoas? 

Durante o período da pandemia, a necessidade de uma rápida adaptação da rotina dos colaboradores e de manter a calma diante das incertezas desse novo cenário nos ensinaram grandes lições. A escuta empática foi a principal delas. Entender as necessidades e os sentimentos dos colaboradores e trazer soluções que pudessem contribuir com o seu bem-estar e garantir, de alguma forma, a sua segurança e cuidado foi o nosso foco desde o princípio.

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Além disso, estamos aprendendo constantemente, e de forma acelerada, como garantir a estratégia do nosso negócio e manter a cultura Sympla viva em cada colaborador, mesmo estando fora do escritório.

O nosso grande desafio tem sido traduzir os elementos da cultura que estavam presentes na rotina do escritório para um ambiente no qual estamos conectados remotamente o tempo todo. Isso fez com que aprimorássemos nossas estratégias de comunicação interna, e criássemos ações, outras mantidas e outras deixaram de existir. O objetivo sempre será garantir que cada profissional esteja conectado e engajado independentemente do formato de trabalho que seja adotado.

O que a empresa fez para manter os profissionais trabalhando num setor tão afetado pela crise? 

Para que pudéssemos nos adaptar à quarentena, nós revimos alguns projetos que já estavam em desenvolvimento, e analisamos nosso modelo de negócio que, antes da pandemia, era totalmente focado na venda de ingressos – que eram, majoritariamente, para eventos presenciais. Sempre vendemos ingressos para eventos online na plataforma, mas agora trouxemos produtos que expandem a experiência do consumidor.

Lançamos o  Sympla  Streaming – plataforma  de  transmissão  de eventos online-, e o Sympla Play, uma plataforma focada em trazer conteúdo de qualidade on demand, em formato de cursos e workshops, e esse lançamento contribuiu para o crescimento do quadro de colaboradores da Sympla, demandando, inclusive, novas contratações.

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Como estão lidando com a ansiedade desses profissionais? 

Mais do que criar ações de comunicação, com foco em manter o engajamento e a motivação do colaborador, é fundamental compreender quais são os gatilhos motivacionais, e aqueles que geram medo e insegurança. E nessa equação a Sympla precisou entender qual o papel dela na vida do colaborador, e qual é o seu papel social, de modo geral.

Ficou cada vez mais evidente a não separação entre a vida pessoal e profissional, uma vez que o trabalho entrou na casa das pessoas e invadiu a sua rotina e a de sua família. Por consequência, as fronteiras ficaram menores e mais sensíveis, gerando a necessidade de um acompanhamento mais próximo do comportamento do colaborador para assegurar o bem estar físico e emocional.

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Quais práticas foram adotadas?

Criamos diversas ações e adaptamos outras já existentes para o modelo online. Mantivemos alguns rituais como o happy hour, as celebrações de boas-vindas a novos colaboradores, reuniões gerais com toda equipe como o “Etc e Talks” (bate papo de assuntos diversos). Temos feito também ações de one-on-one com os líderes, e implementado outras práticas para promover a cultura da Sympla. Em janeiro, implementamos o pagamento do Set Up  de R$ 1.000, benefício dado aos colaboradores para que possam melhorar o seu espaço de trabalho,  e a partir de fevereiro, faremos o pagamento mensal de R$ 120 de Auxílio Covid.

Também disponibilizamos o acompanhamento psicológico, criamos o “All Hands” (reunião com toda a empresa que, no início da pandemia era semanal e atualmente se tornou quinzenal). Implantamos também o Portal de Gente e o Sympla em Casa, com comunicações e informações úteis que podem ser consultadas a qualquer momento pelos colaboradores.

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Quais são as perspectivas para o futuro do setor de eventos?

Uma pesquisa recente da Comscore mostrou que houve um crescimento de mais de 200% da demanda por cursos e aulas online durante a quarentena, e apontou um crescimento de 23% no consumo de conteúdo de entretenimento. Por isso, acreditamos que a inovação nos formatos de eventos online e os eventos híbridos estarão presentes em 2021.

Na Sympla, já temos visto muitos produtores buscarem esse caminho. Com o lançamento do Sympla Streaming e do Sympla Play, acreditamos muito em uma jornada de um consumidor que comece, por exemplo, fazendo um curso em que ele estuda sozinho a hora que tiver disponibilidade e que, de tempos em tempos, tem uma Live para discussão, dúvidas e para interação entre os participantes. E que, em um cenário, sem pandemia, no final do curso, haja um evento presencial para relacionamento ou para encerramento do projeto.

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Além disso, sabemos que muitos produtores entenderam que, com o virtual, quebraram a barreira da localização e conseguiram disponibilizar seus produtos para um público muito maior e que não poderia estar fisicamente no local. Acreditamos que a tendência é que o mercado migre para um modelo híbrido em que todas as possibilidades coexistam.

 

Erramos
Uma versão anterior desta reportagem dizia que a companhia não havia feito demissões. O texto foi corrigido.

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