O teste da personalidade agridoce
Autora Susan Cain afirma em livro que melancólicos tendem a ser mais criativos e propõe um teste para detectar a personalidade agridoce. Descubra a sua
“A personalidade melancólica, que chamo de ‘agridoce’, é a tendência a estados de nostalgia, pungência e tristeza. O caráter agridoce das coisas também se refere ao reconhecimento de que luz e escuridão, nascimento e morte, amargura e doçura estão para sempre unidos. O agridoce nos mostra como responder à dor: reconhecendo-a e tentando transformá-la em arte, em cura, inovação”, diz Susan Cain, autora de O Lado Doce da Melancolia — A arte de transformar a dor em criatividade, transcendência e amor e do best seller O Poder dos Quietos, ambos da Sextante.
Na obra, Susan traz estudos que indicam a relação entre a melancolia e a criatividade. E propõe um teste para saber quando se tem a personalidade agridoce. Faça o teste abaixo e leia um trecho do livro clicando aqui.
O teste da personalidade agridoce
Algumas pessoas vivem instintivamente em um estado agridoce – e sempre foi assim. Outras o evitam ao máximo, enquanto outras ainda chegam a ele apenas depois de certa idade ou após encarar os desafios e triunfos da vida. Se você está se perguntando quanto se inclina a esse tipo de sensibilidade, pode responder ao teste a seguir, que desenvolvi com a colaboração do pesquisador e cientista Dr. David Yaden, professor da faculdade de medicina Johns Hopkins, e do cientista cognitivo Dr. Scott Barry Kaufman, diretor do Centro de Ciência para o Potencial Humano.
Para descobrir quão agridoce você é a esta altura da vida, responda às seguintes perguntas e indique seu nível de concordância em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo completamente).
* Você chora facilmente com comerciais de TV emocionantes?
* Você fica particularmente comovido com fotografias antigas?
* Você reage intensamente à música, à arte ou à natureza?
* Alguém já descreveu você como uma pessoa “madura demais para a idade que tem”?
* Você encontra conforto ou inspiração em um dia chuvoso?
* Você entende o que o autor C. S. Lewis quis dizer quando escreveu a alegria como uma “pontada cortante e maravilhosa de nostalgia”?
* Você prefere poesia a esportes (ou talvez veja poesia nos esportes)?
* Você se emociona a ponto de sentir arrepios várias vezes por dia?
* Você vê “as lágrimas das coisas”? (Essa frase é da Eneida, de Virgílio.)
* Você se sente enlevado com músicas tristes?
* Você tem a tendência a ver o que as coisas têm de alegre e triste ao mesmo tempo?
* Você busca a beleza na sua vida cotidiana?
* A palavra pungente ressoa em você de modo especial?
* Quando conversa com amigos próximos, você se sente propenso a falar sobre os problemas deles, passados ou atuais?
* E por fim: você se sente capaz de ficar extasiado nos momentos mais inesperados?
Esse último item pode parecer estranho para um inventário de coisas agridoces. Mas não estou falando de uma mentalidade otimista ou de um sorriso fácil. Refiro-me a uma estranha exaltação que o anseio pode trazer.
De acordo com uma pesquisa recente de Yaden, a autotranscendência (a capacidade de ir além da própria individualidade, assim como suas primas mais moderadas, como a gratidão e os estados de fluxo) aumenta em momentos de transição, de término e de morte — nos momentos agridoces da vida.
Na verdade, você poderia dizer que o que orienta uma pessoa para o agridoce é uma consciência aguçada da finitude. Crianças alegres pulando em poças d’água trazem lágrimas ao rosto de seus avós porque eles sabem que um dia as crianças vão crescer e envelhecer (e eles não estarão lá para ver isso). Mas essas lágrimas não são exatamente de tristeza; no fundo, são lágrimas de amor.
Para chegar à sua pontuação no Teste agridoce, some suas respostas e divida o total por 15.
Se o número obtido for menor do que 3,8, você tem uma tendência sanguínea.
Se o número for superior a 3,8 e inferior a 5,7, você tem tendência a oscilar entre os estados sanguíneo e agridoce.
Se sua pontuação for maior do que 5,7, você é um verdadeiro conhecedor do lugar onde a luz e a escuridão se encontram.
Leia um trecho do livro O Lado Doce da Melancolia clicando aqui.