7 características para trabalhar com viagens de premiação
Vai ter emprego: turismo corporativo deve crescer 400% em dez anos, movimentando 200 bilhões de euros em 2031 no mercado global.
Usar a criatividade para imaginar cenários e atividades inusitadas e divertidas é apenas o começo do projeto de uma experiência de incentivo. “Pesquisar sobre o cliente, a marca e o público é um trabalho extenso, que pode levar meses. O planejamento da viagem é uma etapa que exige alta personalização. Tudo é pensado em detalhe”, revela Paulo Farnese, CEO e fundador da EAÍ?! Content Experience, agência de live marketing.
De acordo com dados do relatório “Viagens de incentivo: chaves, dimensão e realidade de um contexto básico na economia do turismo”, elaborado pelo ObservaTUR espanhol, o setor deve crescer 400% em dez anos, movimentando 200 bilhões de euros em 2031 no mercado global. Isto porque o turismo corporativo se mostra uma excelente ferramenta para fidelizar colaboradores de alta performance, reforçar a cultura da empresa e impulsionar as vendas pelo engajamento dos profissionais.
Farnese destaca ainda que o objetivo de uma viagem de incentivo é tornar o momento inesquecível, para que as pessoas guardem na memória com carinho e sentimento de gratidão. “Sabe aquela tranquilidade de ser bem cuidado? A viagem de incentivo é isso. Pesquisas de mercado mostram que, enquanto um prêmio em dinheiro se perde na conta e é rapidamente esquecido, uma viagem marcante fica na memória afetiva por mais de dez anos.”
Por isso, a EAÍ?! listou as sete principais características para quem quer desempenhar bem essa atividade. Confira:
1- Organização
Cumprir cronogramas, ser pontual e andar com múltiplos check lists pode ser fundamental em muitas profissões. Mas, quando se tem um grupo que pode chegar a 500 pessoas em trânsito, é imprescindível manter o passo dos participantes e não deixar de cumprir nenhuma etapa do planejamento. Ninguém pode ficar perdido, ser esquecido, chegar atrasado ou estar mal assistido. O organizador assume a responsabilidade por todos.
2- Atenção
Entrar em um restaurante e pedir para ajustar o ar-condicionado ou colocar uma música ambiente agradável. O olhar de um service client está sempre aprimorando a experiência e antecipando problemas ou situações desconfortáveis. “Dependendo do lugar onde você está, as pessoas precisam ser orientadas a se portar de uma forma ou de outra e se alinhar à cultura da região. Roupas, gestos ou comportamentos naturais para nós podem ser considerados ofensivos em outros países”, diz Farnese.
3- Gentileza
Pode chover, fazer muito calor, aparecer algum conflito… não importa. A gentileza e a paciência de quem está na ponta do atendimento precisa ser inabalável. A alegria em servir, estar disponível e receber bem deve ser exercida espontaneamente e com leveza, para que os clientes não sintam a pressão dos bastidores. São os princípios da boa hospitalidade.
4- Criatividade
A experiência não pode ser óbvia. Afinal, os contemplados muitas vezes são pessoas que já conhecem o mundo. O que torna uma viagem inesquecível são os detalhes. “Levar o grupo para voar de balão na Turquia pode não ser novidade. Mas levá-los para jantar no museu subterrâneo da Capadócia pode ser memorável se nas paredes o público ainda encontrar quadros com mensagens da família.”
5- Resolução de problemas
“Vamos supor que a bagagem de alguém extraviou. O trâmite para o resgate ou a reposição dos itens perdidos é todo da equipe. A mala precisa aparecer no quarto da pessoa sem que ela tenha nenhum desgaste.” Para Farnese, o talento de se comunicar e resolver problemas improvisando soluções é uma característica difícil de ser ensinada, porque tem a ver com sensibilidade e atitude. Se você é aquela pessoa que gosta de colocar a mão na massa e sente prazer em desatar nós, essa carreira pode ser bastante indicada.
6- Extroversão
É preciso gostar de estar entre pessoas, frequentar festas, planejar eventos e experiências, conhecer muita gente, saber se comunicar bem e fazer isso com naturalidade. Caso contrário, o atendimento pode se tornar arrastado ou o cansaço dos introvertidos transparece para o público como desagrado. Se você gosta de silêncio e solidão, essa atividade pode acarretar estresse e frustração. Mas é preciso bom senso: excesso de simpatia não pode virar invasão de privacidade nem fofocas com os convidados.
7- Cultura
A atuação nas viagens de incentivo depende um tanto também do repertório de cada um. Se você viaja, conhece muitos países, sabe o que é uma comida bem feita e o que é um ambiente agradável, a criatividade e a atenção contarão com um olhar preparado. Ser curioso e ter vontade de sempre descobrir mais sobre outras culturas pode alimentar o aprimoramento profissional nessa área.