Acordo trabalhista inédito decide o destino dos funcionários da GOL
O acordo vale até o dia 31 de dezembro de 2021, e afeta 926 comandantes, 964 copilotos e 3.262 comissários de bordo da GOL
São Paulo – Após um mês de negociações, GOL e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) fecharam um acordo coletivo que garante a estabilidade no emprego para os funcionários da companhia aérea a partir do dia 1 de julho.
O acordo vale até o dia 31 de dezembro de 2021, e abrange 926 comandantes, 964 copilotos e 3.262 comissários de bordo da GOL. Em comunicado enviado à VOCÊ S/A, a empresa celebra o acordo e diz que a medida pode se tornar referência no setor de aviação, um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus. Maior companhia área do Brasil, a GOL tem 16 mil funcionários. “Companhia se torna a primeira no mundo a fechar um acordo de longo prazo em prol da flexibilidade e estabilidade de empregos dos seus Colaboradores”, diz o comunicado.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, os três acordos tiveram votação online em dois dias: 3 e 4 de junho. O acordo dos comissários foi aprovado com 1.778 votos a favor (80,1%) e 441 votos contrários (19,9%). A proposta para os copilotos teve 641 votos a favor (94,5%) e 37 votos contrários (5,5%). Por fim, o ACT dos comandantes registrou 600 votos a favor (90,5%) e 63 votos contrários (9,5%).
Os três acordos estabelecem programas de adesão voluntária e compulsória e estão disponíveis para consulta no site do sindicato. Para os comandantes, a medida prevê programa de licença não remunerada voluntária, programa de demissão voluntária disponível até o 15 de junho, programas de redução de 50% da jornada voluntário e compulsório e programa escalonado de redução de jornada e salário compulsório.
Para os copilotos, ficaram estabelecidos programas voluntários de licença não remunerada, demissão, aposentadoria e redução de 50% da jornada. Também foram acordados programas com adesão compulsória para licença não remunerada e de redução de jornada de trabalho e salário.
Para comissários de bordo, o acordo também prevê programas voluntários de licença não remunerada, de demissão, programa de aposentadoria e de redução de 50% da jornada, além de três programas compulsórios. Um relativo a licença não remunerada e dois para redução de jornada.
“Durante a trajetória da companhia, esse time atuou em diferentes cenários, ora favoráveis e às vezes muito desafiadores, inclusive em fortes crises, como as de 2008 e 2015. Em todos os casos, conseguimos superar e surpreender os que estavam ao nosso redor. Somos uma empresa forte, unida e robusta, e reconhecida como uma das melhores equipes da aviação brasileira, com o mais baixo custo e um modelo de negócios simples, adaptável e com a flexibilidade necessária para navegar no nosso setor”, disse, Celso Ferrer, vice-presidente de Operações da GOL, no comunicado.