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Recrutamento via Twitter e 100 vagas em aberto: a expansão do Zé Delivery

Em entrevista, companhia conta que encurtou o processo de recrutamento e acelerou os planos de crescimento durante a pandemia

Por Luciana Lima
Atualizado em 5 dez 2020, 20h54 - Publicado em 26 jun 2020, 10h00
Durante a pandemia, o número de entregas realizadas pelo aplicativo disparou (Ambev/Divulgação)
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São Paulo –  Enquanto muitas empresas, principalmente do ramo de restaurantes e bebidas, estão demitindo funcionários e com dificuldades em fechar as contas por conta da pandemia do coronavírus, no Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas do conglomerado AB InBev, a ordem é crescer. 

Isso porque, desde o começo do isolamento social, a companhia viu o volume de pedidos disparar. Em março, foram mais de 600.000 pedidos de delivery realizados, número que saltou para 1 milhão em abril. Além disso, a empresa, que antes operava apenas em seis estados, passou a atender outras 17 localidades e agora está presente em quase todo o Brasil.  “A pandemia acelerou nossos planos de expansão”, afirma Mariana Assis, Head de People Design do Zé Delivery.

E o ritmo de contratações acompanhou o crescimento da startup. Desde o começo do ano, o número de empregados do Zé Delivery aumentou de 50 para 150 funcionários sendo que mais da metade deles foram recrutados apenas nos últimos três meses, em plena pandemia. Hoje, outras 100 vagas para diversas áreas, como tecnologia, produto, design e recursos humanos estão em aberto (confira no link). Para algumas posições, como os cargos de TI, o trabalho é  home-office e os candidatos podem residir fora de São Paulo.

Para dar conta de tantas contratações, que passaram a ser realizadas a distancia, a companhia diminuiu de três para duas as etapas do seu processo seletivo e realizou até mesmo recrutamento via Twitter. “O principal ponto que avaliamos é a questão de aderência à nossa cultura. Por aqui, valorizamos a colaboração, o senso de dono e a autonomia com responsabilidade”, diz Mariana.

Em conversa com a VOCÊ S/A, ela deu mais detalhes dos processos seletivos do Zé Delivery e as expectativas da companhia para o pós-pandemia.

O que mudou nos processos de seleção por conta do coronavírus?

Nós diminuíamos de três para duas as fases da nossa seleção. Agora, ela se resume em etapas que avaliam habilidades técnicas e alinhamento cultural, respectivamente. Na primeira, os profissionais precisam resolver um dilema da companhia e apresentar o case em formato de pitch. A segunda é uma entrevista, de cerca de uma hora e meia. Sentimentos que precisávamos melhorar a experiência dos candidatos nesse momento e, por isso, também diminuímos o prazo para as devolutivas de 20 dias para 15 ou 10 dias.

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Vocês fizeram um processo de seleção via Twitter. Como foi? 

A Giovanna [profissional contratada pela empresa através da rede social] é uma heavy user do aplicativo e brincou que gostaria de trabalhar com a gente. Nós achamos a abordagem curiosa e decidimos, então, fazer uma prévia através do Twitter. Ela teve de responder a algumas perguntas em apenas 280 caracteres como, por exemplo, quais projetos havia realizado e se orgulhava e por que ela queria trabalhar no Zé.

Vimos que havia um alinhamento e a encaminhamos para o processo de recrutamento tradicional. Deu super certo e hoje ela faz parte do nosso time. Sem contar que percebemos que é possível encontrar talentos em diferentes plataformas, não apenas através do Linkedin, por exemplo.

Como estão sendo feitos os processos de onboarding durante o isolamento? Ficou mais difícil integrar os novos funcionários? 

Perdemos um pouco das interações, como aquela cutucada no colega do lado para pedir ajuda ou o almoço com o time, mas entendemos que também era possível existir uma boa experiência de forma remota.  Por isso, começamos a dar pílulas de conhecimento sobre a empresa para os novos funcionários e colocar o buddy [padrinho dos novatos]  à disposição antes mesmo deles ingressarem.

Assim, a pessoa chega mais engajada e com mais informações sobre a companhia. Além disso, enviamos para a casa deles, junto com os equipamentos de trabalho, um kit de boas-vindas com uma cartinha personalizada e um cupom de desconto para brindar com a família. Acreditamos que a chegada de um novo funcionário é muito importante para o engajamento e esses pequenos gestos mudam tudo.

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Como foi lidar com a alta demanda que surgiu por conta da pandemia?

O principal ponto foi acelerar o recrutamento e reforçar o time. Mas, além disso, percebemos que era preciso encontrar equilíbrio e cuidar das pessoas para que o crescimento fosse sustentável, afinal, estamos trabalhando para caramba [Risos]. Então, desenvolvemos ações como aulas exclusivas de ioga online, happy hours virtuais e palestras com psicólogos para apoiar a equipe nesse momento. Também estamos estudando a concessão de sessões virtuais de terapia para os funcionários.

Quais mudanças que a pandemia trouxe para o Zé Delivery e que devem permanecer?

A primeira é relacionada a pessoas. Por mais que tivéssemos uma política de home-office, aprendemos que as conexões podem ser mais assertivas e os resultados são entregues mesmo sem estar fisicamente no escritório. Da parte de negócios, entendemos que a pandemia está mudando o hábito das pessoas e estamos chegando em clientes que, às vezes, não eram habituados ao delivery. Esperamos que eles se mantenham com o Zé no futuro.

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