Boa adesão a medicamentos reduz custos com plano de saúde corporativo em até 82%
Levantamento mostrou que oferecer subsídio para o colaborador com doenças como diabetes, depressão e hipertensão comprar medicamentos é um investimento que vale a pena.
Quando uma empresa fornece um subsídio de 50% para seus funcionários comprarem medicamentos de uso contínuo, ela pode reduzir seus custos com planos de saúde em até 82%. A conclusão é de um estudo que monitorou mais de 15 mil pessoas por um ano – e ilustrou a máxima de que prevenir é melhor que remediar.
A relação é fácil de se compreender: se um funcionário recebe ajuda para obter os remédios de que precisa, seja para controlar hipertensão ou diabetes, ele tende a comparecer com menos frequência ao consultório médico – e tem mais chance de escapar de internações, porque tem condições de seguir seu tratamento à risca.
E estes são fatores de grande impacto na taxa de sinistralidade de uma empresa. Afinal, ter um quadro de funcionários com a saúde em dia significa reduzir o uso dos planos e despesas extras ao longo do tempo. É o que afirma Luis González, CEO da Vidalink, empresa que realizou o levantamento e atende marcas como Apple, iFood e Nestlé.
“Mais do que um plano de saúde, as empresas devem oferecer planos de medicamentos aos colaboradores e apoiar a continuidade do tratamento adequado para evitar que o quadro de saúde do indivíduo piore posteriormente”, disse González em comunicado.
Como foi o levantamento
O estudo da Vidalink acompanhou 15.306 pessoas de uma empresa com sede na região sudeste do Brasil, que usam plano de saúde corporativo e têm doenças como depressão, diabetes, hipertensão e dislipidemia (ou seja, apresentam níveis elevados de colesterol e triglicérides no sangue).
Primeiro, o levantamento verificou que oferecer um subsídio de 50% para obtenção de medicamentos significa aumentar a porcentagem de colaboradores que apresentam boa adesão ao tratamento do qual precisam – fazendo uso de medicamentos de uso contínuo por pelo menos 60% do ano. Essa diferença se destaca entre as pessoas com hipertensão e depressão, mas aparece em todos os grupos analisados, como mostra o gráfico abaixo.
Após um ano, o levantamento mostrou o que isto significa para a taxa de sinistralidade das empresas. A boa adesão ao tratamento, por funcionários com depressão, reduz em até 82% os gastos de uma empresa com o plano de saúde. A redução é de 46% entre os colaboradores com diabetes; 29% entre aqueles com hipertensão; e 11% entre aqueles com dislipidemia.
Para González, os resultados mostram que o segredo para a eficiência dos programas de benefícios é, justamente, investir em uma cultura que preza pelo bem-estar corporativo. “Vale lembrar que problemas de saúde na família também levam à ausência do profissional no ambiente de trabalho e devem ser considerados nesse suporte.”