Uma das consequências da transformação digital pela qual as empresas estão passando é o aumento do trabalho colaborativo. E, neste contexto, surge uma dúvida: como avaliar as pessoas individualmente se suas metas são compartilhadas por grupos?
Para Klaus Wuestefeld, a percepção de justiça nesses casos é fundamental. Por isso, ele criou uma ferramenta batizada de Percival que usa a avaliação de pares para definir bônus e promoções de pessoas que trabalham em modelos colaborativos. “A justiça é fundamental para manter um funcionário motivado e engajado. Com time colaborativos e multidisciplinares é difícil que um gestor avalie objetivamente quanto foi a contribuição de cada um dos profissionais”, diz Klaus, que há 18 anos estuda equipes ágeis.
A ferramenta funciona assim: a empresa define uma pergunta (que vai influenciar na bonificação ou na remuneração total dos funcionários). Esta questão é respondida por colegas que selecionam o quanto aquele profissional merece de mérito em um determinado projeto, por exemplo. Para evitar “coleguismos”, a plataforma verifica o nível de interação que um colega teve com o outro naquele projeto. No fim, o Percival faz um cruzamento de dados para definir as remunerações ou bonificações indicadas para cada um dos funcionários a partir das avaliações do próprio time.
Menos turnover
A perceção de justiça fez com que um dos clientes da Percival, a empresa de tecnologia Webgoal, visse o número de turnover diminuir expressivamente nos últimos três anos graças à ferramenta. A taxa passou de 33,3%, em 2017 para 11,1% em 2019 – uma redução de 66,7% em dois anos. “É comum o aumento de salário ser visto como tabu, ainda mais em empresas com gestão horizontal, como a nossa. O Percival faz uma mensuração sobre a apreciação da contribuição de cada um e nos ajuda nas decisões”, aponta Altieres Ribeiro Lopes, sócio-fundador da Webgoal.
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