Colaboradores querem auxílio educação e assistência psicológica – mas poucas empresas oferecem
Levantamento da Swile mostra que existe um gap entre os benefícios mais oferecidos pelas companhias e aqueles mais importantes para os funcionários.
Vale refeição e assistência médica: eis os benefícios mais comuns nos pacotes das empresas brasileiras. Eles são uma unanimidade, e também são os queridinhos dos colaboradores. Mas nem sempre a demanda dos empregados combina com a oferta dos empregadores. Um exemplo desse desencontro é outra dupla: auxílio educação e assistência psicológica.
Eles são, respectivamente, o quarto e quinto benefícios mais valorizados pelos colaboradores – no ranking, ficam atrás da dupla coringa que citamos acima e da assistência odontológica. Mas apenas 41% das empresas oferecem um auxílio educação, e só 29% delas incluem a assistência psicológica no seu pacote.
A conclusão é de um levantamento feito pela empresa de benefícios Swile, em parceria com a consultoria Leme, e divulgado na última segunda (02). Duas mil pessoas, que trabalham principalmente no Sudeste e no Sul do país, responderam à pesquisa no primeiro semestre deste ano.
“Eu acredito que a demanda pela assistência psicológica é um reflexo da realidade pós-pandemia”, afirma Bruno Montejorge, VP de Marketing da Swile Brasil. “As pessoas estão cada vez mais falando sobre cuidar da saúde mental. E quanto mais as empresas oferecem esse benefício, maior a chance de acabar o tabu sobre esta questão e gerar interesse entre os colaboradores”.
Benefícios como protagonistas
O estudo considerou a qual geração pertenciam os entrevistados e qual posição eles ocupavam na hierarquia de suas empresas. Em todas as categorias, de 50 a 60% das pessoas afirmaram que mudariam de emprego se a vaga ofertada por outra empresa tivesse um salário similar ao que eles já ganham – mas um pacote de benefícios melhor.
Pessoas de todas as idades apontaram a flexibilidade como a característica mais importante do pacote oferecido por uma empresa – embora a preferência tenha destaque entre as gerações Y e Z. E a prevalência dos benefícios flexíveis tem mesmo aumentado: em 2021, eles eram uma realidade em 38% das empresas ouvidas pela Swile; agora, estão em 62,7% delas.
Bruno percebe alguns fatores responsáveis por esse fenômeno. “De um lado, existe o simples aumento do conhecimento sobre esse produto. De outro, há toda a mudança no cenário regulatório no Brasil. Havia muitas dúvidas por parte das empresas, mas isso é um tema cada vez mais superado. A gente tem, hoje, todo o respaldo legal para oferecer esse benefício.”
Desencontro também nas práticas do RH
O levantamento trouxe outros dados interessantes, como o desencontro entre as práticas de Gente e Cultura mais oferecidas pelas empresas e aquelas mais valorizadas pelos colaboradores. O único item em comum entre as duas listas são os programas de remuneração variável.
Você pode conferir as listas completas no estudo, disponível neste link. Mas, outro spoiler: programas de trainee não estão com nada. O que os colaboradores mais querem são planos de carreira, a oportunidade de trabalhar em casa, avaliações de desempenho e programas de talentos.