m outubro de 2018, a Energisa Rondônia assumiu a concessão de distribuição de energia da antiga Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) com uma dívida anual de 1 bilhão de reais. Quatro anos e 2,5 bilhões de reais em investimentos depois, a previsão era fechar 2022 com o prejuízo reduzido a 100 milhões de reais. Segundo Andre Theobald, diretor-presidente da Energisa Rondônia, a mudança de cultura corporativa trazida com a privatização e o foco em melhoria das práticas de gestão de pessoas contribuíram para o avanço dos negócios.
A solução
Uma das medidas adotadas foi duplicar o número de funcionários desde 2018, incluindo a contratação de algumas das equipes que antes eram prestadoras de serviço, como a de eletricistas. “Esses profissionais, que hoje somam cerca de 850 pessoas, são a nossa base, e boa parte deles era terceirizada — isso tornava a gestão confusa”, afirma Andre.
Para qualificar todos os profissionais da companhia, foram 400 mil horas de treinamento presencial e à distância, 1 milhão de reais destinados a bolsas de estudo para funcionários e parcerias com o Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Exército e Força Aérea Brasileira para preparo técnico.
Os 99 líderes tiveram acesso a uma trilha de formação especializada, com cursos de gestão de pessoas, planejamento, processos organizacionais orientados a dados e ESG, cada um com duração de 24 a 48 horas. A maioria das disciplinas era direcionada a cada gestor de acordo com as competências que precisava desenvolver, mas algumas eram obrigatórias, como criação de planos de desenvolvimento individual e feedback. De 2019 a 2022, as aulas para a liderança tiveram 396 participações.
O resultado
Ao final desse processo surgiram os planos de sucessão, com mapeamento de talentos para assumir cargos de gestão. “Para posições em que não existia um profissional preparado, os candidatos que mais se encaixavam no perfil da vaga passaram a integrar um plano de aceleração de carreira”, diz Andre.
De 2018 a 2022, a companhia promoveu 841 funcionários e deu aumento salarial por mérito a 808, segundo o executivo. O novo modelo de carreira — que difere do anterior, limitado às regras do funcionalismo público — foi fundamental no engajamento das equipes, afirma Andre. Na mais recente pesquisa interna de clima, os participantes atribuíram nota 9,2, em uma escala que vai de zero a dez, ao nível de satisfação com a empresa.
Esta reportagem faz parte da edição 84 (fevereiro/março) de VOCÊ RH. Clique aqui para se tornar nosso assinante