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Filhos e carreira: como o Nubank criou um ambiente de bem-estar parental

Saiba o que a fintech implementou, com a orientação da consultoria Filhos no Currículo, para não perder talentos com dificuldade para conciliar bebês e trabalho.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 9 abr 2024, 17h29 - Publicado em 8 abr 2024, 12h57
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  • Quase metade (48%) das mulheres sai do mercado de trabalho após a chegada de um bebê. A razão é evidente: a dificuldade de conciliar os cuidados que essa criança exige com a rotina puxada do trabalho. 

    Para não perder esses talentos, o Nubank tem uma série de ações associadas à questão da parentalidade. A fintech dá 120 dias de licença para qualquer colaborador com um recém-nascido, seja mãe ou pai, auxílio-creche e mais benefícios. Além disso, oferece sistemas de apoio para esses funcionários, como palestras e aconselhamento online, e mantém um grupo de afinidade chamado Purple Parents, que promove discussões sobre o tema.

    Como a chegada de uma criança e a licença temporária dos pais afetam também a equipe, o Nubank tem um manual de parentalidade, que orienta gestores, pares e equipes para que tenham o melhor acolhimento possível da “figura parental” termo que pode se aplicar tanto à mãe quanto ao pai. 

    “Ao adotarmos o nosso modelo de licença, tivemos como objetivo proporcionar um ambiente que apoie nossos colaboradores em todas as fases de suas vidas, incluindo a parentalidade”, diz Helena Bertho (na foto de abertura), diretora de Consciência e Pertencimento no Nubank, além de especialista em diversidade. “Acreditamos que, ao valorizar esse tema, estamos promovendo uma cultura mais inclusiva, genuína, e que atende às demandas de todas as pessoas, além de empoderar nossos colaboradores para que tomem as melhores decisões junto a suas famílias.”

    A executiva afirma que, ao valorizar experiências e vivências múltiplas de seus funcionários, o Nubank cria um fator de retenção de talentos. “O senso de pertencimento é uma das principais alavancas de inovação para nós. Recebemos muitos feedbacks positivos, além de termos observado um aumento na satisfação e engajamento dos colaboradores. Tudo isso resulta na construção de times que se sentem seguros para trazer suas contribuições. Assim conseguimos melhores resultados para o negócio e melhoramos nossos processos na busca por inovar, entender nosso cliente, ir ao mercado e nos desafiar diariamente.”

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    Parceria de quem já viveu esse desafio

    Mulher de cabelos castanhos com braços cruzados vestindo camiseta de cor preta.
    Michelle Levy, da Filhos no Currículo: “Como eu, como líder, recebo a notícia de que minha funcionária está grávida? Como faço a transição na saída dela? Como a acolho no retorno? São questões que colocamos na mesa”. (Foto: Patrícia Canola/Divulgação)

    Para todas essas iniciativas, o Nubank contou com a consultoria da Filhos no Currículo, empresa especialista na criação de programas corporativos de parentalidade. Esse negócio nasceu há mais de cinco anos, pouco depois que a CEO, Michelle Terni Levy, deixou a empresa em que trabalhava justamente pela dificuldade de conciliar o papel de mãe com a rotina no escritório. “Eu vi nessa dor pessoal uma oportunidade de reeducar o mercado de trabalho. A Filhos no Currículo surgiu para ser esse parceiro das organizações na criação de um ambiente de bem-estar parental. Nós somos a extensão da rede de apoio para quem concilia filhos e carreira.”

    Essa empresa costuma trabalhar em três pilares: colaboradores que acabaram de ter bebês, lideranças e cultura da empresa. “Entendemos que um ambiente de bem-estar parental não depende só de pais e mães empoderados, conscientes de que filhos são potência, e não barreira no seu currículo. Depende também de encontrar uma cultura de acolhimento e segurança psicológica”, diz Michelle.

    No que diz respeito à consultoria estratégica, a Filhos no Currículo revisa as políticas da organização e ajuda as empresas a implementar, por exemplo, uma licença estendida. Isso envolve um convencimento interno, uma análise financeira e uma aprendizagem da liderança para que essas iniciativas sejam colocadas de fato em prática. 

    Quanto à educação corporativa, há um calendário de sensibilização, que inclui mês da família, mês da parentalidade atípica… sempre com rodas de conversa e treinamentos. Um trabalho que envolve os gestores da empresa. “Como eu, como líder, recebo a notícia de que minha funcionária está grávida? Como faço a transição na saída dela? Como a acolho no retorno? São questões que colocamos na mesa”, afirma a CEO da Filhos no Currículo.

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    A consultoria também conversa diretamente com os RHs. “Porque eles estão no meio desse sanduíche. De um lado, há a liderança pressionando, e do outro pais e mães com um monte de dúvidas e preocupações.” 

    E, na questão do apoio emocional, a Filhos no Currículo prepara mentorias que conectam os pais com especialistas prontos para tirar dúvidas individuais. Afinal, cada relação com filhos tem suas características, desafios e alegrias. 

    “A parentalidade é plural, e as empresas precisam acolher esses modelos plurais”, diz Michele Levy. “Por isso que eu falo em ‘filhos e carreira’, e não ‘filhos ou carreira’.”

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    Este texto faz parte da edição 91 (abril/maio) da VOCÊ RH. Clique aqui para conferir os outros conteúdos da revista impressa.

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