Líderes dedicam mais tempo a responder mensagens do que à gestão
Pesquisa indica que 61% da rotina é consumida pela utilização de softwares de mensagens e reuniões online, burocracia e jogos políticos
tividades que não agregam valor, como uso excessivo da tecnologia, burocracia e jogos políticos, consomem 61% da rotina dos líderes, indica um levantamento da consultoria BTA — Betania Tanure Associados. A utilização de softwares e aplicativos para troca de mensagens e reuniões online ocupa 26% da jornada. Os procedimentos burocráticos da empresa e as atividades feitas por hábito preenchem 25% do expediente. Outros 10% vão para a manutenção dos jogos políticos e outras demandas “inúteis” de poder.
Os participantes definiram “demandas inúteis” como “lidar com politicagem”; marcar reuniões sem objetivo concreto, “que se resolveriam com um e-mail” ou “realizadas por questões políticas”; e administrar a vaidade das pessoas. “Elas pensam no que é melhor para elas e se esquecem de pensar no que é melhor para a empresa”, afirmou um respondente.
Em outras palavras, os chefes têm apenas 39% do expediente para trabalhar. Em 2006, a média de tempo gasto com as atividades de baixo valor agregado era de 29%; em 2019, antes da pandemia, estava em 38%.
Em 2006: 29%
Em 2009: 33%
Em 2012: 37%
Em 2014: 29%
Em 2019: 38%
Em 2022: 61%
Para 24% dos respondentes, o maior desafio profissional é a gestão do tempo. Em seguida vêm gestão de pessoas (18%), equilíbrio entre vida pessoal e profissional (17%) e gestão do negócio (14%).
24%: Gestão do tempo
18%: Gestão de pessoas
17%: Equilíbrio da vida profissional e pessoal
14%: Gestão do negócio
10%: Desenvolvimento da própria carreira
8%: Gestão das tecnologias de informação
6%: Gestão de processos
3%: Outros
O uso excessivo ou inadequado de tecnologias, como e-mail e WhatsApp, são as atividades que mais levam à perda de tempo na opinião de 66% dos executivos. Em segundo lugar estão a burocracia e as atividades realizadas por hábito (61%); em terceiro, jogos políticos e demandas inúteis de poder (27%).
A pesquisa da BTA ouviu 200 executivos brasileiros, com cargos de média gerência, diretoria, vice-presidência, presidência, conselho de administração e outras lideranças em maio e junho de 2022.