Mercado Pago adota híbrido flexível: funcionário escolhe
Profissionais do administrativo decidem a frequência da ida ao escritório e podem atuar por 90 dias a partir de outro país
Mercado Pago, divisão de pagamentos do Mercado Livre, adotou o modelo de trabalho híbrido flexível para o administrativo, em que o funcionário escolhe a periodicidade da ida ao escritório. “Competimos com bancos e outras fintechs por talentos, e a flexibilidade é um atributo que as pessoas têm buscado”, diz Claudia Soler, gerente sênior de pessoas do Mercado Pago.
Antes da pandemia, a empresa permitia o home office uma vez na semana. Depois passou a considerar que as pessoas fossem de duas a três vezes por semana ao escritório, mas o aumento da produtividade das equipes em casa levou a outro passo. “A gente se deu conta de que não precisava de regra”, afirma Claudia. “Valorizamos a conexão pessoal e o olho no olho, mas entendemos que não deveria haver uma rigidez.”
Desde 2022, a empresa adotou o modelo híbrido flexível para todos os funcionários do administrativo. Cada um pode optar pela frequência da presença de acordo com o que considerar melhor para a produtividade. Além da flexibilidade, a opção trouxe, segundo a executiva, mais propósito para os momentos no escritório.
O desafiador na experiência do Mercado Pago foi engajar a liderança na transformação. “Conversamos para saber como criar rituais de conexão e medir produtividade e entrega”, afirma Claudia. Ao longo da pandemia, a empresa também estabeleceu os indicadores de cada área para que o líder conhecesse os índices de desempenho das equipes. “Importa muito mais a entrega do que o tempo de conexão online ou a presença no escritório”, diz Claudia.
Além disso, o RH orientou os gestores sobre os momentos em que vale manter o presencial, como a chegada de um novo contratado da equipe ao escritório. “Procuramos ter pelo menos uma etapa presencial no onboarding”, afirma Claudia. Outros exemplos são os momentos de feedback, que acontecem preferencialmente na empresa, e as celebrações. Já no online, a ideia tem sido manter rituais como as reuniões de check-in, para falar das prioridades da semana e das próximas entregas, e as reuniões de conexão, em que os participantes conversam sobre temas não relacionados ao trabalho.
Outra medida foi permitir que os funcionários passassem até 90 dias por ano fora do país, trabalhando de qualquer lugar. Menos de seis meses depois do lançamento do programa, já são 200 participantes. “Os profissionais se engajam mais quando podem conciliar os objetivos de carreira e os pessoais”, diz Claudia. O desafio é que quem atua a partir de outro país precisa se conectar durante o expediente no mesmo fuso horário do Brasil — a falta da comunicação assíncrona pode inviabilizar a escolha de alguns destinos.