Os planos de expansão do Grupo Pão de Açúcar
Mirella Gomiero, vice-presidente de RH, conta que o objetivo é abrir ao menos 100 lojas ainda este ano.
ma profissional de ciclos longos e profundos. É assim que se descreve Mirella Gomiero, atual vice-presidente de RH do Grupo Pão de Açúcar. Sempre atuando na área de gestão de pessoas, ela veio de uma passagem de oito anos na Ambev, outra de 11 anos na Alcoa e já está há sete na atual empresa. Mas isso não quer dizer que sua trajetória profissional não seja movimentada.
“Cheguei como diretora de recursos humanos num momento em que o GPA tinha 150 mil funcionários, pois contávamos com um portfólio muito grande. Mas aí, em 2019, o grupo vendeu todas as suas ações da Via Varejo e, em 2021, houve a cisão entre o Assaí e a gente na bolsa de valores. Tudo mudou.”
Nesse meio-tempo, em 2020, Gomiero foi promovida a vice-presidente de RH. E, dois anos depois, passou a responder a um novo CEO, Marcelo Pimentel. “Com tantas movimentações, agora entramos em outro ciclo. Nosso foco, em 2023, passa a ser a transformação do grupo.”
Hoje, a equipe é bem menor: são 38 mil funcionários no GPA. Mas, reagindo à retração dos últimos anos, o objetivo agora é a expansão. Até dezembro, o grupo pretende abrir ao menos cem lojas (hoje são 730), principalmente do Minuto Pão de Açúcar – estabelecimentos menores, com 300 metros quadrados em média. “Não é um plano pequeno, sabemos disso. Mas, no ano passado, entre novas lojas e reinaugurações, foram 74”, ressalta.
Participação direta nas decisões
Esse plano, claro, abrange a participação estratégica do RH. “Todo o ciclo de recursos humanos, não só no recrutamento e seleção mas também nos benefícios e até no plano sucessório, se conecta às metas de crescimento do negócio”, afirma. “Então temos de participar das decisões junto com os demais executivos.”
As metas, afinal, também são traçadas para as pessoas. E esse caminho passa pela inclusão. O desejo do GPA é que 50% das novas contratações sejam de mulheres. “Há um processo de mapeamento sucessório com uma orientação clara da diretoria: que sempre exista uma mulher indicada como potencial para cada posição”, diz.
Desde 2019, o grupo tem um programa de desenvolvimento exclusivo para lideranças femininas. Com duração de seis meses, ele já treinou 1.200 funcionárias e, destas, 20% foram promovidas após a capacitação.
Com essas práticas, desde 2020 o GPA aumentou de 36% para 39% o número delas entre os cargos de gestão. E a meta é alcançar 40% até 2025.
Numa iniciativa menos direcionada, o programa de sucessão para a equipe toda vem desde 2012. Nas dez edições até agora, 4.200 funcionários participaram de 237 turmas. Os módulos acontecem durante todo o ano, de uma a duas vezes por mês, com duração de dois a quatro dias. E o leque de temas é amplo. Inclui oratória, gestão do tempo, finanças, inteligência emocional…
Ao fim, os participantes recebem um certificado com o cargo para o qual foram capacitados. “A ideia é que, ao abrir uma nova vaga para a liderança, eles sejam os primeiros da lista”, diz Mirella Gomiero.
Desde o início do programa, ao menos metade dos que participaram já subiu algum degrau na empresa.