No Brasil, quem precisa almoçar fora de casa paga R$ 46,60 por uma refeição, em média. Considerando o valor dos pratos, o vale-refeição de um trabalhador dura minguados 12 dias (dos 22 úteis mensais). Isso significa que, durante quase metade do mês, o cartão alimentício fica zerado.
Os dados são da Ticket, levantados em 4.500 estabelecimentos de alimentação no país. Eles concretizam um medo (muito) válido de qualquer funcionário: ter de tirar dinheiro do próprio bolso para almoçar no serviço. Um receio que faz sentido nessa época em que muitas empresas estão chamando seus funcionários de volta ao escritório.
Claro, existem alternativas para poupar o dinheiro, como levar a própria marmita para o trabalho. Mas não é tão simples assim: toda a organização, o preparo e a logística demandam um comprometimento que nem todo mundo consegue assumir ao longo da semana. E nem todo ambiente corporativo tem uma área bacana para o colaborador comer.
Com o retorno ao presencial em algum nível voltando a ser realidade em 72% das empresas, nasce uma sinuca de bico: comer fora ou economizar a grana?
É para esse desafio que Raissa Mendes, diretora de Recursos Humanos da WeWork, empresa fornecedora de espaços de coworking, decidiu encontrar uma solução. Raissa explica à Você RH que a companhia opera com dois modelos: presencial a quem pertence ao core business (pessoas cujas funções são obrigatoriamente cumpridas nos prédios da WeWork) e híbrido, com três dias de home office, para quem cumpre papéis mais administrativos.
Pela própria natureza do negócio, que demanda a presença de seus funcionários no escritório ao menos duas vezes por semana, a executiva de recursos humanos decidiu pensar em alternativas que pudessem facilitar a vida dos colaboradores, especificamente na pausa do almoço. Foi nesse projeto de ampliar os benefícios alimentícios para além do vale-refeição e alimentação que nasceu a parceria com a Eats for You.
Direto da cozinha alheia
A foodtech funciona como um marketplace de refeições caseiras. Donos e donas de casa preparam as refeições em suas próprias residências ou em cozinhas de pequeno porte. A startup, então, conecta essas marmitas a empresas como a WeWork, que conta com um freezer dedicado apenas às refeições oferecidas pela Eats.
“Nosso objetivo é levar comida de verdade para o colaborador, trazendo maior comodidade a um preço justo”, explica Nelson Andreatta, fundador e CEO da empresa. Das 30 unidades da WeWork presentes no Brasil, seis delas receberam o serviço.
As marmitas custam, em média, R$ 18,50. Quando olhamos para os dados da Ticket, isso significa um custo quase 60% menor ao trabalhador. Coisa que não passou despercebida pelos funcionários da empresa nem pelos profissionais que usufruem do coworking: desde que o serviço foi implementado, em setembro de 2023, 5 mil almoços foram vendidos em espaços WeWork.
“Quando a gente coloca a Eats dentro do escritório, a pessoa consegue se alimentar de forma saudável, conforme as restrições e preferências alimentares”, afirma Raissa Mendes. Por essa razão, a parceria acabou melhorando a relação dos funcionários com o modelo presencial.
Ainda segundo ela, o serviço amplia as oportunidades não só dentro do escritório mas para a vida pessoal de cada funcionário. “Com esses valores acessíveis, o colaborador ainda pode economizar o dinheiro do vale-refeição para sair de final de semana.”
Este texto faz parte da edição 92 (junho/julho) da VOCÊ RH. Clique aqui para conferir os outros conteúdos da revista impressa.