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6 estratégias para promover saúde mental no ambiente de trabalho

Favorecer o diálogo, considerar necessidades específicas, ampliar benefícios... Confira as dicas de Luis González, especialista em bem-estar corporativo.

Por Luisa Costa
Atualizado em 3 Maio 2024, 12h56 - Publicado em 2 Maio 2024, 18h36
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  • A Lei nº 14.831, publicada em 27 de março, instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental: um título dado pelo governo federal a empresas que mantenham iniciativas em prol do bem-estar de seus colaboradores. E uma enorme motivação para que as organizações tenham uma atenção especial para o tema.

    O incentivo vem em boa hora: o Brasil está na quarta pior posição do ranking mundial de bem-estar, segundo a nova edição do estudo “The Mental State of the World”, publicado pela Sapien Labs. Outro levantamento, realizado pela Vidalink, mostrou que 63% dos profissionais sentem ansiedade ou angústia na maior parte dos dias.

    “Essas estatísticas são um sinal de alerta e ressaltam a urgência de abordarmos a saúde mental não como nota de rodapé nas políticas corporativas, mas como um pilar central da cultura organizacional”, afirma Luis González, CEO da empresa de bem-estar corporativo. 

    O especialista destaca seis estratégias para que as empresas promovam a saúde mental no ambiente de trabalho. Confira:

    1. Faça letramento sobre saúde mental 

    Criar um ambiente de trabalho saudável significa revisar todas as etapas da jornada do colaborador. Não dá para se vender como uma empresa amiga da saúde mental e ser grosseiro com os candidatos de um processo seletivo, por exemplo. Esse primeiro contato com a cultura da empresa precisa ser bem pensado, porque pode estabelecer as bases para um longo relacionamento.

    Por isso, lideranças e RH precisam estar preparados para falar sobre saúde mental sem julgamentos. González defende ainda que o letramento é importante para afastar os estigmas relacionados ao assunto – e reconhecer os sintomas de quadros como ansiedade e depressão, por exemplo, ajuda a oferecer o apoio adequado para cada pessoa, o que ajuda na retenção de talentos.

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    2. Crie um espaço propício para o diálogo

    Se um profissional decide abrir o jogo sobre um problema de saúde mental, é importante ter uma conversa clara sobre as expectativas do cargo e o suporte que a empresa pode oferecer. Segundo González, a empresa não deve questionar, nesse momento, como a condição de saúde impacta a capacidade profissional. 

    Também é importante mostrar que a organização tem um compromisso estruturado com o assunto a partir de campanhas que lembrem os colaboradores sobre os programas de bem-estar disponíveis na empresa.

    3. Adapte a abordagem

    Cada geração tem desafios específicos de saúde mental, influenciados por fatores culturais e econômicos, e encara as discussões sobre o assunto, no mundo corporativo, de uma forma. Os baby boomers tendem a ser mais relutantes para falar sobre saúde mental, enquanto os profissionais da geração Z costumam exigir um posicionamento sobre o tema, por exemplo.

    “Entender essas diferenças é essencial para desenvolver estratégias eficazes que promovam o bem-estar de todos, independentemente de sua faixa etária”, defende González.

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    4. Considere necessidades específicas

    Profissionais de grupos minorizados enfrentam barreiras extras em seu cotidiano, que podem afetar seu bem-estar mental. Uma pesquisa da startup Lupa mostrou que 79% dessas pessoas já se sentiram pouco motivadas por se sentirem desconfortáveis no ambiente de trabalho. 80% já viveram ou presenciaram situações de discriminação ou assédio no escritório, e 56% não confiam nos canais de compliance da empresa.

    Por isso, é fundamental realizar pesquisas internas sobre as necessidades desses grupos; promover iniciativas para o crescimento desses talentos na empresa; e treinar toda a equipe a respeito de linguagem inclusiva.

    5. Construa uma cultura de bem-estar

    “Frequentemente, as iniciativas de bem-estar se concentram nos funcionários de níveis hierárquicos mais elevados, negligenciando os trabalhadores da linha de frente, como aqueles no chão de fábrica”, afirma González. “A cultura de bem-estar deve considerar os diferentes pontos de partida.”

    Para isso, é essencial considerar a diversidade socioeconômica da empresa e adaptar as estratégias de saúde mental tanto em termos de linguagem quanto de acessibilidade.

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    6. Amplie os benefícios corporativos 

    A terapia é o principal benefício oferecido em programas de saúde mental nas empresas, mas não deve ser o único. Oferecer opções para favorecer uma alimentação saudável, a prática de exercício físicos e tratamentos medicamentosos também é uma boa pedida – haja vista que a dificuldade financeira ainda é o principal entrave para o bem-estar.

    “Facilitar o acesso a medicamentos prescritos pode ser um divisor de águas para quem lida com questões de saúde mental, mas precisa interromper o tratamento por dificuldades financeiras. São variáveis que precisam ser consideradas para aprofundar a temática de saúde mental no ambiente de trabalho.” 

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