covid-19 foi a principal causa para a incapacidade temporária em 2021. Os dados compilados durante o último ano pelo Ministério do Trabalho e Previdência representam afastamentos por mais de 15 dias — e que, consequentemente, geram um benefício e são segurados pelo Regime Geral de Previdência Social (INSS).
Infecções pelo novo coronavírus representaram 98 mil afastamentos, ficando em primeiro lugar no ranking. Em seguida, fraturas no punho causaram 30 mil afastamentos. Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais ou dor na lombar baixa causaram, cada um, cerca de 29 mil afastamentos, ocupando, respectivamente, terceiro e quarto lugar no ranking.
Na quinta posição ficou o mioma uterino, causando o afastamento de cerca de 24 mil trabalhadoras. Os dados mostram ainda que lesões no ombro, síndrome do manguito rotador, fratura nos dedos e fratura no tornozelo também figuraram entre as doenças que mais causaram afastamentos, com cerca de 20 mil a 22 mil cada uma.
Em 2020, primeiro ano da pandemia no Brasil, a infecção causada pelo novo coronavírus já causava afastamentos, mas não tantos. No ano, a covid-19 ficou em terceiro lugar entre as doenças que mais afastavam trabalhadores, com, ao todo, 37 mil licenças, atrás da hérnia de disco lombar e de lesões, inflamações e/ou tendinite no ombro, ou síndrome do manguito rotador.
Covid longa
Em algumas situações, os sintomas da covid-19 continuam por mais tempo do que a infecção, o que requer um afastamento mais longo. Nesses casos, funcionários precisam de acolhimento e cuidados para retornar ao trabalho. Um estudo publicado na revista científica The Lancet reuniu 3.762 pacientes que sofreram com sintomas da doença por mais de 28 dias e revelou quais são os principais sintomas do que também é conhecida como covid longa. Saiba quais são:
- Fadiga (98%)
- Mal-estar após esforço (89%)
- Confusão mental (85%)
- Falta de ar (77%)
- Aperto no peito (75%)
- Insônia (69%)
- Dores musculares (69%)
- Tontura (67%)
- Tosse seca (66%)
- Perda de memória em curto prazo (65%)
- Diarreia (60%)
- Ansiedade (58%)
- Perda de apetite (52%)
- Dificuldade de se comunicar (46%)
- Dor de cabeça (40%)
- Coceira (31%)
- Erupções cutâneas (28%)
- Novas alergias (9%)
O pneumologista Elie Fizz, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca problemas psíquicos, seja pela infecção em si, seja pelos traumas que podem surgir com todo o processo de internação. “A chave para o tratamento da covid longa é a multidisciplinaridade das equipes médicas, que devem contar também com psicólogos e psiquiatras”, explica Elie.
Este texto faz parte de uma reportagem da edição 77 (dezembro/janeiro) de VOCÊ RH.
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