A
fabricante de automóveis Audi passou a adotar o modelo híbrido de forma permanente e, depois de reformar a sede em São Paulo durante oito meses, acaba de inaugurar o novo espaço. Agora, os funcionários devem fazer reserva por aplicativo para utilizar uma das 42 estações de trabalho disponíveis — e a procura está sendo grande, afirma Karine Fernandes, diretora de recursos humanos da montadora no Brasil. “Acredito que, como é novidade, está todo mundo querendo vir. Todos os lugares disponíveis estão sendo ocupados todos os dias”, afirma.
A iniciativa está em fase de testes. Atualmente, a proposta é que os funcionários trabalhem presencialmente pelo menos oito dias por mês, combinando a melhor forma com o gestor. Com o tempo e os feedbacks recebidos, a companhia pode se adequar melhor às necessidades dos trabalhadores, definindo ampliar ou reduzir a frequência da presença. “Estamos o tempo todo conversando com os funcionários, seja por meio de pesquisas formais, como fizemos no dia da reinauguração, seja de um jeito mais informal, em bate-papos casuais”, diz Karine.
Segundo uma pesquisa interna realizada em maio, 71% dos funcionários sinalizaram que gostariam de trabalhar em um modelo híbrido, e 26% disseram preferir trabalhar apenas remotamente. Menos de 3% queriam o presencial todos os dias.
Tendo isso em vista, a Audi reduziu em 40% o tamanho do escritório. Antes, eram 1.800 metros quadrados — após a reforma, passou para 960 metros quadrados. “Quando inauguramos a nova sede, os funcionários vieram aqui e disseram ter a impressão de que o escritório estava maior. Isso porque aproveitamos cada espaço, ampliamos as áreas de convivência e diminuímos as salas formais de reuniões”, afirma Karine, que acrescenta que não existem mais estações fixas de trabalho nem áreas delimitadas.
A mudança veio ao encontro de uma demanda antiga dos funcionários. Uma queixa frequente era que o antigo escritório estava ultrapassado, o que não refletia a imagem da marca para seus carros. Por isso, a montadora se preocupou em tornar o espaço, além de colaborativo, mais tecnológico. Um exemplo é o aplicativo por meio do qual as estações podem ser reservadas. Assim que chega ao local, o funcionário escaneia o QR Code para fazer o check-in. Se o profissional não comparecer, a reserva cai e a estação passa a ficar disponível para outro funcionário. Além disso, em breve o local terá um sistema que dispensa crachá, com liberação de pessoas por meio de reconhecimento facial.
Para a diretora, um modelo totalmente remoto seria impensável. “Trabalhar em casa é uma experiência muito boa, mas o ser humano é relacional — não acho que a gente consiga se afastar por tanto tempo das pessoas. O relacionamento no trabalho ainda é fundamental”, diz Karine, que afirma que a equipe ainda está na busca pelo equilíbrio entre o presencial e o remoto. A resposta pode ser, justamente, a flexibilidade.
Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.