Black Friday: assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Burger King reduz rotatividade

A possibilidade dos gestores e líderes discutirem experiências boas e ruins teve um papel definitivo na diminuição

Por Ursula Alonso Manso
Atualizado em 5 dez 2020, 19h13 - Publicado em 17 jul 2017, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A rede de fast-food Burger King abriu 602 lojas desde que chegou ao Brasil em 2011. Como a expansão sempre esteve nos planos da empresa, a diretora de gente e gestão Márcia Baena teve de lutar contra a alta rotatividade desde o começo da operação. A entrada e a saída de pessoal estavam acima do economicamente viável para o negócio. “Era superior ao do varejo alimentício, que é bem alto”, afirma a executiva. É comum nesse mercado que as companhias troquem 100% da equipe a cada ano. Uma das razões é que lojas como as do Burger King servem de porta de entrada ao mercado de trabalho para os jovens. Hoje, 47% dos funcionários da corporação estão justamente em seu primeiro emprego. O ambiente de pressão por resultados também contribui para altos índices de turnover. Outra característica do setor é a pulverização geográfica: em 2016, o Burger King abriu 74 restaurantes em várias cidades e em 2017 a expansão seguirá agressiva. “Contratamos, em média, 2 000 novos empregados por ano. Nosso negócio cresce rapidamente, necessita de mão de obra intensiva e é geograficamente disperso”, diz a diretora de RH. Soma-se a isso o desafio de encontrar e treinar profissionais para lidar diretamente com o público. Não é à toa que a rotatividade é um indicador de desempenho tanto para os gerentes de restaurantes quanto para o presidente do Burger King.

    Burger King

    NEGÓCIO:
    alimentação

    NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NO BRASIL:
    10 050 (sem incluir franquias)

    SEDE NO BRASIL:
    Barueri (SP)

    NÚMERO de lojas:
    602

    Continua após a publicidade

    Quantidade de lojas inauguradas em 2016:
    74
    Número de cidades brasileiras nas quais a rede está presente:
    180
    Receita líquida em 2016 no Brasil:
    1,4 bilhão de dólares

    Crescimento nas vendas em 2016:
    9,9%
    PROJETO:
    a empresa criou um grupo multidisciplinar para atacar as causas do turnover elevado

    RESULTADOS:
    desde 2013 o Burger King teve queda de 59% na rotatividade

    A solução

    De acordo com a executiva, a Burger King tratava o turnover “na força, não na inteligência”. “Atuávamos tentando reverter os pedidos de demissão, em vez de investigar suas causas”, diz. Para mudar esse quadro, ela criou em 2014 o grupo Amarok, batizado assim em referência ao carro da Volkswagen cujo slogan é “A força da inteligência”. Trata-se de uma equipe multidisciplinar, com representantes das áreas de seleção, remuneração, desenvolvimento, campo, folha de pagamentos e operação, os quais se reúnem duas vezes por semana para analisar estatísticas, investigar os motivos que levam à alta rotatividade e desenvolver projetos para atacar os principais problemas. O grupo já identificou desde questões básicas, como o atraso na entrega de uniformes e de vale-transporte (“o que desmotiva bastante o jovem no primeiro emprego”) até casos de líderes que tinham dificuldade para selecionar o pessoal (“desenvolvemos um guia completo para ajudar em aspectos como divulgação das vagas e realização de entrevistas”). Além das reuniões semanais do time, Márcia Baena entendeu que seria importante envolver a liderança e criou um encontro de melhores práticas. Uma vez por mês, os três melhores e os três piores coordenadores de operações (segundo os resultados de turnover do mês anterior) reúnem-se na matriz para uma conversa. “Cuidamos para que esse seja um momento de troca, porque o objetivo não é expor o funcionário, e sim promover o compartilhamento de experiências.”

    O resultado

    O quadro começou a melhorar entre 2013 e 2014, quando o turnover caiu 24%. Um ano depois, a redução foi de 39% e de outros 10% nos 12 meses seguintes. “No acumulado, temos uma queda de 59%, e nossa meta é ser referência em rotatividade no varejo alimentício”, afirma Márcia. Segundo ela, as reuniões mensais com os líderes foram fundamentais para o resultado. “A liderança entendeu seu papel nesse esforço. Aqueles com bons resultados apresentam suas estratégias, e quem teve um desempenho ruim divide suas dificuldades, recebe incentivo e conta com um padrinho de gente e gestão para estruturar o plano de redução da rotatividade. O gestor enxerga isso como um desafio”, diz Márcia. Para exemplificar, ela lembra o caso de um coordenador que teve o maior índice de turnover num mês e disse que voltaria numa próxima reunião com o menor indicador — o que de fato ocorreu. Outro caso foi o de João Cupertino, agora promovido a gerente para a Região Nordeste, depois de ter sido o melhor gestor em todos os meses ao longo de 2014. Ele recebeu o título informal de “embaixador Amarok”. E esse não foi um caso isolado de promoção. Ainda segundo a diretora de RH, o aproveitamento interno aumentou depois do programa. Em 2014, apenas metade dos gerentes de negócio vinha dos quadros da companhia. Agora o percentual é de 73%. “Conseguimos comprovar a eficácia do grupo de trocas entre a liderança e vamos seguir desenvolvendo esse trabalho”, diz Márcia.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.