os tempos em que acordava às 5 da manhã todos os dias para trabalhar em uma banca de jornal, Douglas Pereira nem imaginava, aos 11 anos, o que o termo “recursos humanos” significava. E também não esperava que a gestão de pessoas seria parte tão significativa de sua jornada na Volkswagen, onde ingressou como jovem aprendiz em 1995, aos 14.
Naquele período, suas atribuições nada tinham a ver com RH. Em parceria com o Senai, Douglas entrou para o centro de formação profissional da montadora alemã, onde fez o curso de mecânica geral e se encantou pelo mundo automobilístico. “Vim de uma família batalhadora, simples. Então, o fato de ter entrado na Volkswagen já era, na minha perspectiva, algo grandioso”, afirma. “Na época, falar em ser diretor, vice-presidente, presidente da companhia era algo muito distante de mim, daquele jovem aprendiz.”
Após três anos, Douglas começou a cursar administração. “Fui para áreas técnicas, de produção, de implementação de projetos. Assumi uma posição administrativa e estava em um plano de sucessão para uma posição de liderança. Por isso, participei de um processo de acesso. Foi quando me ligaram falando que eu tinha perfil para trabalhar em RH”, conta Douglas.
Apesar de nunca ter cogitado seguir carreira na função, ele topou o desafio, em 2005. Hoje, agradece a coragem do Douglas de 16 anos atrás: “Quando descobri o que de fato é RH, fiquei encantado. Tinha encontrado o que queria para a minha carreira, para a minha vida!”.
Na posição de assessor do vice-presidente de RH Josef-Fidelis Senn, descrito por Douglas como “uma pessoa incrível”, ele teve a oportunidade de transitar por todos os subsistemas de recursos humanos. E foram vários os desafios, já que tinha saído totalmente de sua zona de conforto, a área técnica, em que estava havia mais de dez anos. “Inclusive, durante esse processo, tive esta conversa com o Josef, de que havia outras pessoas com experiência na área. Mas ele me falou que precisava de alguém que conhecesse a fábrica. ‘Vou contribuir com a visão de RH, e você traz a visão de cultura’, disse ele.”
Em 2018, Douglas deixou a empresa para ocupar a posição de diretor de recursos humanos no Grupo Renault. Voltou à Volkswagen em junho de 2021, como vice-presidente de RH.
O desafio
O primeiro grande projeto de Douglas no retorno à fabricante alemã foi atuar de maneira intensa na transformação da companhia, trazendo propostas para cultura corporativa, atuação da liderança, inovação, gestão de talentos, aceleração das iniciativas de diversidade e inclusão e novas competências para a organização.
Douglas afirma que a empresa tem também o desafio de aumentar o nível de excelência como empresa empregadora. “Nós nos consideramos e somos reconhecidos como top employers, mas essa tem que ser uma evolução permanente”, afirma o executivo. “Por isso, precisamos conectar cada vez mais o time para que, de maneira colaborativa e integrada, possamos atingir esses resultados.”
Como aconteceu com quase todas as empresas, a pandemia modificou e acelerou alguns desses desafios. “Ela fez com que a gente, mesmo que forçadamente, se reinventasse de uma maneira muito mais rápida. Conseguimos quebrar barreiras, melhorar e agilizar a comunicação, trabalhar nosso poder de reação e acelerar coisas que pareciam tão distantes, como o trabalho híbrido”, finaliza Douglas.
Esta reportagem faz parte da edição 77 (dezembro/janeiro) de VOCÊ RH
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