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O mundo corporativo foi treinado para competir e para se sair melhor do que os concorrentes. Mas a pandemia trouxe um movimento contrário a essa regra

Por Vicky Bloch*
Atualizado em 10 dez 2020, 20h20 - Publicado em 8 out 2020, 12h37
Imagem mostra um homem e uma mulher batendo as mãos e sorrindo. Eles são brancos e estão sentados em uma mesa de reunião.
 (Krakenimages/Unsplash)
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Este texto foi publicado na edição 69 de VOCÊ RH.
Colaborar. A palavra vem do latim, “colaborare”, e representa a soma de “co”, que vem de “com” e significa “junto”, e “laborare”, que pode ser compreendido como “trabalhar, sentir dor, cansar-se”. Colaborar, ­cooperar, ajudar, participar. Não importa qual seja o termo: mais do que uma ação, esse é um sentimento que as empresas e os funcionários devem ter uns com os outros para que a organização flua melhor.
A colaboração permite que os membros da equipe se juntem em uma plataforma comum e trabalhem em busca de um único objetivo, pensando, tendo novas ideias e oferecendo várias perspectivas para fornecer soluções.


Esse processo é estudado há anos por especialistas da área de desenvolvimento organizacional. O exemplo mais conhecido sobre o assunto é o “dilema do prisioneiro”, que apresenta a história de dois prisioneiros que se veem diante de um dilema: trair ou cooperar? Se traírem o outro, vão conquistar um resultado melhor individualmente, mas prejudicarão o companheiro. Se cooperarem, conquistarão o melhor resultado coletivo.
Neste período de pandemia, acabamos nos vendo em meio a esse dilema. O mundo corporativo, no geral, foi treinado para competir, para esconder informações dos outros e para se sair melhor do que os concorrentes. Mas tenho visto um movimento contrário a essa regra, de pessoas em busca da colaboração.
Um deles surgiu no grupo de executivos de recursos humanos da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), do qual faço parte. Nós nos aliamos e estamos cooperando fortemente: dividimos reportagens, pensamentos e experiên­cias para encontrar a melhor forma de tratar das questões do momento. Esse espírito colaborativo não nasce de um dia para outro. Ao longo do tempo, desenvolvemos uma relação de intimidade e confiança entre o grupo, definindo objetivos e pactos conjuntos. Isso possibilitou a generosidade, além da agilidade para operacionalizar muitas iniciativas.
Para a colaboração dar certo, é preciso se desapegar de ser autocentrado, de querer esconder informações para manter o poder, de ter comportamento hierárquico, de carregar preconceitos do tipo “ele veio de uma formação menos sofisticada”, entre outros aspectos. A cooperação requer comportamentos novos, horizontalizados, que busquem no outro o caminho para sair dessa juntos, a partir de uma nova forma de fazer as coisas.
Faço aqui o reconhecimento a todos nós que optamos pelo campo de estudar pessoas, de acolher as diferenças e de entender a cooperação como um valor para apoiar o outro para o crescimento. Essa opção tem muito valor.
*Psicóloga, sócia da Vicky Bloch Associados e professora nos cursos de especialização em RH da FGV-SP e da FIA

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