É fácil encontrar orientações sobre como passar em um processo seletivo. Mas tão importante quanto isso é conhecer as regras de etiqueta corporativa para declinar de uma vaga. Como fazê-lo sem fechar as portas na companhia em questão?
O quão antes você perceber que não quer a vaga, melhor. A possibilidade de entrar na empresa em questão, no futuro, tende a ficar mais comprometida à medida em que se avança nas etapas do processo seletivo. Mas isso não é uma regra. Sempre é possível declinar de uma oferta de uma forma profissional e gentil.
O que não é aceitável é o candidato sumir, de uma hora para outra, sem dar maiores explicações. Isso acontece com frequência, principalmente em vagas na base da pirâmide. Criticar a empresa contratante, ao declinar de uma vaga, também cria mal estar. Já ouvi pessoas dizerem algo como: “Percebi que a empresa é mal vista no mercado, então não vou seguir no processo.”
Também há candidatos que enfatizam, durante o processo, que desejam muito determinada oportunidade. Mas, após receber e aceitar a oferta, repensam a saída sob o argumento de que receberam uma contraproposta. Essa atitude sempre fecha portas no potencial empregador.
Aqui vale um alerta: na maioria dos casos de contraproposta, as pessoas acabam saindo da empresa na qual escolheram permanecer nos seis meses seguintes. Algumas são demitidas na primeira oportunidade, por quebra de confiança com o empregador. Outras pedem demissão ao perceberem que a remuneração maior não compensou outras insatisfações.
Se existe dúvida sobre aceitar ou não uma oferta, não desgaste recrutadores e empregadores tentando negociar alguns termos da proposta. Nesses casos, o relacionamento com a empresa fica prejudicado de forma irreversível.
É sempre importante lembrar: alguém que desejou nos contratar merece o nosso respeito e consideração. E o mundo corporativo dá voltas.
O que dizer, então, ao recursar uma vaga
Se, ao fim do processo, a proposta não corresponder às suas expectativas, tudo bem declinar da vaga. Mas explique suas razões, com educação, bom senso e argumentos sólidos. Com esse cuidado, a empresa pode lembrar do seu nome em oportunidades futuras – e te chamar para vagas que estejam mais alinhadas ao seu perfil.
Se você estiver preocupado com o perfil dos gestores ou da empresa, pode agradecer a oportunidade e dizer que pesquisou, conversou com pessoas, refletiu melhor e decidiu não avançar no processo. Mas apresente críticas construtivas, em vez de ofensas. Recomendo, porém, que essa avaliação aconteça o mais cedo possível.
Declinar de uma vaga faz parte do jogo. Não precisa ser motivo de sofrimento. Mas os candidatos devem ingressar nos processos conscientes do que querem – e buscando detalhes sobre o que está sendo oferecido. Assim, você tem informações suficientes para declinar o quanto antes, se for o caso. Isso economiza o tempo de todos e não mancha sua reputação.
Lembre-se de praticar a empatia. Ela é, segundo o filósofo Roman Krznaric, “a arte de se colocar no lugar do outro, entender seus sentimentos e perspectivas e usar esse entendimento para guiar suas ações”.