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Vívian Rio Stella

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Doutora em Linguística pela Unicamp. Idealizadora, curadora e professora da VRS Academy, pesquisa e desenvolve trabalhos voltados à lifelong learning
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4 práticas para criar conexão ao falar em público

Veja também três sugestões culturais — dois livros e um filme — inspiradoras sobre o assunto

Por Vivian Rio Stella, colunista de Você RH
2 ago 2022, 08h38
Mulheres em roda de conversa sorriem e demonstram cumplicidade
 (Pexels/Dani Hart/Divulgação)
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“A experiência me ajuda a não ter medo, mas ainda fico nervosa ao falar em público”. Essa frase é de ninguém menos do que Brené Brown, logo no início de seu livro Coragem para Liderar. Esse nervosismo não tem a ver com hesitações, excesso de “né” e “tá”, ter um branco ou não saber a resposta de uma pergunta, como geralmente ouço das pessoas nos cursos ou leio em textos sobre o assunto. Essas ocorrências são apenas a ponta do iceberg. Brené sabiamente aponta dois nobres motivos para esse nervosismo, com os quais concordo plenamente.

Primeiro, porque se apresentar é um momento em que as pessoas da plateia oferecem o seu bem mais valioso — seu tempo. Segundo porque falar em público é um ato de vulnerabilidade, pois se trata da imprevisível e incontrolável arte da conexão.

Por isso mesmo é tão fundamental dedicar atenção, tempo e cuidado ao se preparar para conduzir reuniões, participar de comitês, apresentar projetos e ideias para as pessoas. Nesses contextos, expressamos não só o domínio sobre um assunto, mas validamos as escolhas para comunicar esse conteúdo, revelamos ou escondemos traços de quem somos, damos cor e tom para informações e traços de nossa persona.

E como é valioso assumir esse papel de conduzir apresentações com eficiência, naturalidade e credibilidade. No livro Five Stars, de Carmine Gallo aponta que 94% de 400 profissionais de RH entrevistados afirmaram que pessoas com forte habilidade comunicativa têm mais chance de serem promovidas do que as com mais anos de experiência e menos capacidade comunicativa.

Você pode até questionar se a comunicação deveria ser tão valorizada assim. Então, veja o ciclo virtuoso desenhado por Gallo nesse mesmo livro: (1) as pessoas persuadem as outras para dar suporte às suas ideias, o que as ajuda a (2) viabilizar inovações criativas que levam a atingir os objetivos da organização, assim como (3) atraem recursos, investimentos e apoio, que (4) elevam seu status e reputação. E o ciclo se repete, se repete, se repete.

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Esse ciclo reforça como número de “nés” ou o receio do branco é apenas a ponta do iceberg. Precisamos ampliar nossa visão sobre o que representam as apresentações, para desenvolver e aplicar práticas e técnicas estratégicas, condizentes com nossas intenções e alinhadas com o tom de voz e a cultura da organização que representamos.

Para praticar a comunicação nesses contextos olhando para o que está submerso nesse iceberg, recomendo quatro boas práticas:

1. Planeje sua apresentação com alguma antecedência e com critérios como: distinção entre tema, objetivo e mensagem central; tópicos condizentes com o objetivo e a plateia; formas de começar, encadear as ideias e concluir a mensagem. Só depois confeccione os slides, antes disso, é mais perda de tempo e supervalorização do recurso e não do roteiro da sua fala ou da conexão com as pessoas.

2. Tenha um repertório de anedotas, exemplos e boas histórias que conectem o conteúdo com a plateia. Nada melhor do que o dia a dia para tornar acessível e simples o que é complexo. Além disso, esses elementos são uma forma de reverenciar as pessoas ali presentes, que dedicaram seu tempo para te ouvir, e evidenciam a sua apropriação ao tema, não apenas um passar pelo conteúdo de forma mecanizada.

3. No dia da apresentação, vale chegar ou conectar com antecedência, para mergulhar no aqui e agora e estar realmente presente. Quantas vezes as conversas que ocorrem antes ou depois da exposição conectam e dão ainda mais tons para sua comunicação e reputação.

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4. Toda habilidade é aprimorada quanto mais a pessoa treina, exercita, vivencia situações de apresentação. E mais do que tudo: reflete sobre o que funcionou ou não, sem um viés julgador, mas sim com um olhar para aprendizados, para apreciar feitos e criar planos de ação para novas situações.

E já que comecei o texto com Brené Brown, encerro também com uma prática que ela mesma aplica em suas palestras. Sejam pessoas C-level, cientistas, seja qualquer outro cargo diante dela, Brené sussurra para si mesma três ou quatro vezes antes de começar: pessoas, pessoas, pessoas, pessoas. Afinal, comunicação é sobre isso: conexão com as pessoas. Encontramos a humanidade em nós mesmas e nas outras pessoas quando tiramos os cargos da frente.

Por fim, mas não menos importante, encerro este texto com três sugestões, como costumo fazer para semear o aprendizado ao longo da vida. Para ler: A Coragem para Liderar, de Brené Brown, e Five Stars, de Carmine Gallo; para assistir: Larry Crowne — O Amor Está de Volta, com Julia Roberts no papel de professora de oratória.

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