ovo ano. Para algumas pessoas, pode parecer apenas um marco temporal; para outras, um convite a fazer diferente. E te proponho um desafio: em vez de metas e de foco nos resultados, que tal se abrir para dialogar em 2022?
Eu sei que você já conversa com todo o time e outras áreas, que está constantemente em reuniões (presenciais ou online), interage em chats ou e-mails e faz apresentações, responde perguntas, orienta.
Mas, mais do que a lista de tarefas que demandam sua habilidade de dizer, meu convite é para você perceber as outras pessoas, ouvi-las, perguntar mais, alinhar expectativas e estabelecer (novos) acordos. E podem parecer ações triviais, quase óbvias. Só que não são.
Quantas vezes sentimos incômodo com a desmotivação de alguém da equipe e sequer abrimos espaço para expressar isso e investigar, empaticamente, o que está havendo e o que pode ou não ser revisto, nas suas atitudes, nas delas, no processo, na estrutura. O mais comum é silenciar e mergulhar nos julgamentos, que só confirmam uma visão pré-concebida da pessoa e da situação, ou ainda agendar um feedback que mais se assemelha a um monólogo.
Quantas vezes as reuniões operacionais, sejam diárias ou semanais, contam com alguém ditando as pautas previamente definidas, geram vários “de acordo”, sem que as pessoas se sintam confiantes e à vontade para dizer “e se fizéssemos assim”, “que tal rever isso”, “não concordo” – a não ser que estejam num grau hierárquico superior aos demais?
Quantas vezes não entendemos por que, depois de instruções aparentemente claras e trocas de mensagens constantes, as pessoas ainda estão com dúvida de como fazer as tarefas combinadas, mas não perguntam. Só se descobre a dúvida depois que algo sai diferente do esperado. E haja chuva de julgamentos sobre todas as partes envolvidas, sem uma clara compreensão da situação e do porquê não se perguntou antes.
Essas e outras situações que mais parecem brincadeira de telefone sem fio são inúmeras e dicas rápidas não dão conta do que está na base desses desencontros: a falta do diálogo, isto é, de um espaço de encontro e de troca genuína, para além do check das tarefas do dia a dia, que propicia laços de confiança entre as pessoas.
Por isso, nada mais moderno e inovador do que dialogar. Desafie-se a fazer isso com bastante consciência – e não no modo automático, com abertura aos silêncios que começam a surgir e tanto comunicam, com a confiança que vai se estabelecendo, ainda que aos poucos e, depois, ganha tração.
Um desafio a ser experimentado em 2022 e por toda a vida, porque dialogar é uma habilidade que aprendemos sempre e cada pessoa é uma professora e tanto.