Black Friday: assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Desafio de gestão: como aumentar a empatia da liderança

Na Leo Madeiras, a avaliação dos gestores estava ruim: os funcionários diziam que os chefes não se interessavam por eles. Veja como o RH reverteu a situação

Por Bárbara Nór
Atualizado em 10 dez 2020, 20h23 - Publicado em 23 nov 2020, 13h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Esta reportagem foi publicada na edição 70 de VOCÊ RH

    Tornar o varejo mais humano. Esse é o desafio da Leo Madeiras, distribuidora de insumos para marcenaria que começou com uma única loja há mais de 70 anos, em Porto Alegre (RS). Graças à cultura focada em resultados e metas, hoje é uma rede de mais de 90 lojas, com sede em São Paulo.

    Mas, se os negócios iam bem, uma pesquisa interna em 2018 revelou que a relação entre equipes e chefes estava sofrendo. Nas respostas, pontos como “meu líder não se interessa por mim”, “não faz o que promete” e “não me reconhece” chamaram a atenção de Vanessa Fontoura, diretora de RH e projetos da Leo Madeiras. “Percebemos que a cultura focada em resultado é importante, mas é preciso cuidar das pessoas, escutá-las e saber confiar nelas”, diz Vanessa.

    Ainda em 2018, o RH começou um programa de treinamentos contínuos com todos os gestores, tanto de lojas quanto de escritórios. Mas, para que a iniciativa fosse bem-sucedida, seria preciso conduzir uma transformação pessoal dos líderes, o que aconteceu até 2019. “Começamos a trabalhar modelos mentais, coaching, inteligência emocional e temas voltados para a autorreflexão, como autoconhecimento e descoberta do propósito”, diz a executiva. “Arriscamos bastante com isso, tivemos gerentes de loja que no meio do treinamento viram que não queriam mais aquela carreira.”

    Os treinamentos trouxeram algo à tona: a dificuldade dos chefes em ter uma escuta mais cuidadosa e não interpretar a fala dos outros de acordo com suas próprias emoções. O resultado disso eram ruídos na comunicação e uma sensação das equipes de que havia pouco reconhecimento e muita cobrança. “Vimos que os líderes não estavam conseguindo se comunicar de maneira mais empática. Acabavam tão focados no crescimento que deixavam isso de lado.”

    A solução

    Para reforçar a empatia, a companhia decidiu trabalhar o conceito de comunicação não violenta, um termo cunhado nos anos 1960 pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Segundo a teoria, para lidar com conflitos de forma produtiva, as pessoas devem aprender a identificar quais são suas necessidades e saber comunicá-las de modo que possam cooperar para resolver juntas os problemas.

    Continua após a publicidade

    “Muitas vezes não percebemos quanto nossa fala pode ser violenta para o outro, mesmo que para nós não seja. Estamos aprendendo a dizer coisas difíceis de maneira diferente, a dividir as decisões e a escutar o que os outros têm a dizer”, diz Vanessa. Para desenvolver as chefias, o RH contratou uma consultoria especializada em comunicação não violenta.

    Com a pandemia, os treinamentos, que haviam começado de forma presencial em março, foram remodelados para ser feitos à distância. No total, cerca de 150 líderes serão impactados. “Montamos grupos de discussão que se dividem em salas virtuais para debater quais são as frases difíceis de falar. É interessante porque os gestores vão trazendo as falas comuns dentro da empresa, sendo que a gente nem percebia que determinado líder pegava pesado com as pessoas”, diz a executiva. Segundo ela, as discussões são intensas e, mesmo assim, têm tido boa adesão dos participantes.

    O resultado

    Nove em cada dez líderes treinados afirmaram, em uma avaliação interna, ter ficado chocados com o fato de a fala deles ser violenta – algo que não notavam antes da imersão no tema. E isso está mudando o tom da companhia. Nas discussões sobre metas e resultados, por exemplo, a conversa acalorada e sem papas na língua está se tornando mais gentil. “Já percebemos as pessoas escolhendo mais as palavras e a maneira de dizer, e elas escutam mais antes de dar uma opinião”, afirma Vanessa.

    E o índice de favorabilidade das lideranças, que indica quanto os funcionários estão satisfeitos com os chefes, já apresentou melhora. Subiu de 75% em 2019 para 83% neste ano. “O ambiente no varejo já é bastante tenso, com metas bem altas e muitas pessoas para cobrar. Nossa expectativa é que o dia a dia do trabalho seja mais suave, menos sofrido. Queremos ajudar os líderes a encontrar maneiras de lidar melhor com a pressão sem tanta autocobrança nem perfeccionismo”, diz a executiva.

    Continua após a publicidade

    Por dentro da Leo Madeiras

    O negócio
    Distribuição de insumos para marcenaria, como máquinas, MDF, MDP e ferragens

    Ano de fundação
    1943

    Unidades
    97 em 23 estados brasileiros, além do Distrito Federal, e no Paraguai

    Número de funcionários
    2.100

    Continua após a publicidade

    Faturamento
    Acima de 2 bilhões de reais

    Número de clientes
    70.000 marceneiros

    Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.