Uma pesquisa feita pela consultoria Mindsight revela que 46% dos candidatos que participaram de processos seletivos em janeiro de 2021 no Brasil preferem processos seletivos totalmente digitais. Outros 45% gostam mais de processos seletivos que intercalem fases remotas e presenciais. Apenas 9% mostraram preferência por processos completamente presenciais.A pesquisa foi realizada em janeiro de 2021 e contou com a participação de mais de 6.000 entrevistados de um recorte de 35.000 que participaram de algum processo seletivo naquele mês.
Economia de tempo
Para Thaylan Toth, CEO da Mindsight, os profissionais estão preferindo o recrutamento online porque, assim, têm mais controle sobre suas agendas. “Os candidatos valorizam as vagas virtuais e a economia de tempo. Se a pessoa está se candidatando para várias vagas é uma vantagem de precisar se deslocar para uma entrevista ou dinâmica, isso otimiza o tempo”.
Trabalho híbrido como herança da pandemia
O levantamento também analisou o estilo de trabalho favorito das pessoas, revelando que 40% preferem um modelo de trabalho híbrido que mescle home office e trabalho presencial. Se somarmos esse número aos que preferem o trabalho completamente remoto, chegamos a 52% dos respondentes que querem ter uma parte ou a jornada completa de casa.
Mas o número de pessoas que querem um trabalho presencial ainda é grande: 47%. Thaylan destaca duas possibilidades para esse resultado. A primeira, é de que ainda há certa desconfiança com o teletrabalho. “Dado que cada vez mais as gerações que ocupam o mercado são nativas digitais, essa parcela de desconfiados tende a diminuir drasticamente com o tempo”, diz o CEO da Mindsight.
A segunda possibilidade é o número refletir a opinião de profissionais com atuações que possuem menos chances de digitalização. “São pessoas que acabam ocupando posições mais operacionais nas empresas. Nesse caso, a companhia precisa ter uma visão clara do seu público-alvo para entender o que é possível e o que não é”, afirma Thaylan.
Olho no olho ainda tem vez?
Para o executivo, usar apenas algoritmos para seleção de candidatos não é o melhor caminho. A conversa individual é indispensável para uma boa contratação – mas isso não precisa, necessariamente, ser presencial.”Vemos mais vantagens na entrevista online, pela economia de tempo e de custos de deslocamento. Com a digitalização da gestão de pessoas e a necessidade de cada vez mais agilidade para acompanhar as mudanças do mercado, acreditamos que a seleção digital veio para ficar”, finaliza.