O mercado brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer para promover um alto nível de bem-estar aos trabalhadores. É o que revela o Índice Geral de Bem-Estar Corporativo, criado pela plataforma Zenklub para que as empresas possam mensurar a saúde mental de seus funcionários.
Segundo a métrica, que vai de zero a 100, o Brasil tem uma média de 49,25 – o mínimo ideal é de 78. E os setores farmacêutico, de recrutamento, de logística, de alimentação e de comunicação puxaram essa nota ainda mais para baixo: as áreas obtiveram, individualmente, índice de 42,5; 46,6; 44,3; 44,5 e 45,5, respectivamente.
Para chegar a um panorama real sobre como está a saúde mental no mundo corporativo brasileiro, foram avaliados cinco quesitos: ambiente de trabalho, burnout, adição de trabalho, relacionamento com colegas e com os líderes e volume e controle de demanda. “Quando falamos das áreas com o menor índice de bem-estar, isso significa que eles tiveram mais de uma, das cinco dimensões analisadas, com baixa performance”, afirma Luciana Costa, gerente de programas de saúde e bem-estar do Zenklub.
É o caso do setor farmacêutico. Ele teve os piores índices nas dimensões burnout (79,17) e controle de demanda (65,28) – em ambas as dimensões, quanto maior o índice, pior é a performance de bem-estar. “Quando falamos em controle da demanda, por exemplo, envolve aspectos como organização de rotina, volume de entregas que superam a jornada de trabalho e demandas inesperadas sem priorização. Já quando falamos em burnout, estamos levando em consideração pontos como sensação de esgotamento ou exaustão de energia, aumento da distância mental do trabalho ou sentimento de negativismo relacionado ao trabalho e eficácia profissional reduzida”, afirma Luciana.
Apesar de ainda não apresentarem valores ideais, os setores com os melhores índices de bem-estar foram o de cosméticos (53,17), educação (52,72), agricultura (52,14), saúde (50,91) e indústria (50,63).
As cinco dimensões
Um ambiente saudável, de acordo com os times de psicologia e educação corporativa da plataforma, é aquele que proporciona a desconexão do trabalho e o respeito às pausas e horários de descanso. Neste quesito, a média das empresas brasileiras foi de 42,48.
O volume de demanda e controle diz respeito a aspectos que envolvem a organização da rotina de trabalho. Aqui, a pontuação foi mediana, de 54,44. Quanto ao burnout, tema que também foi considerado na hora de elaborar o índice final, a nota foi de 58,75 – neste caso, quanto menor a pontuação, maior seria o bem-estar.
Já a adição ao trabalho mede quão difícil é para os funcionários se desconectar da rotina profissional quando estão fora de sua jornada de trabalho. Nesta dimensão, a nota foi de 46,51. A pontuação no quesito relacionamento com colegas e líderes foi uma das maiores, de 74,68 – neste caso, quanto maior a nota, maior o bem-estar.
Para a amostragem, mais de 1.600 pessoas de 335 empresas de todas as regiões do país foram consultadas. O Centro-Oeste obteve o melhor índice de bem-estar, com 53,08; já o Nordeste ficou com o menor índice, com 44,93. O Sudeste também apresentou um índice médio, chegando a 48,85.
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